Ameaça da avicultura mundial nas últimas décadas, a gripe ou influenza aviária ficou longe da América do Sul até recentemente, permitindo uma condição sanitária vantajosa ao Brasil, hoje maior produtor mundial, e para Santa Catarina, segundo maior produtor nacional. Mas, agora, a doença está ao lado, na Argentina e no Uruguai, podendo ser trazida ao Brasil por aves migratórias, o que motiva difusão de medidas preventivas porque se essa doença chegar, pode causar perdas milionárias no Estado.  

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Há décadas, a produção agroindustrial avícola de SC segue protocolos rígidos de prevenção. Entram em unidades produtivas somente as pessoas que trabalham nas mesmas. Os sistemas são fechados para impedir o acesso de aves migratórias e outros animais.

Para limitar ainda mais o risco da chegada da doença, tanto a Secretaria de Agricultura de Santa Catarina, por meio da empresa de controle de sanidade Cidasc, quanto o governo federal, por meio do Ministério da Agricultura e Embrapa, reforçam a divulgação das medidas preventivas.

Recomendam evitar contato de pessoas estranhas com aves das propriedades e mantê-las em áreas restritas, com comida e água protegidas para impedir o acesso de aves de vida livre, que podem trazer o vírus da influenza.

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Com casos nos países vizinhos, o risco está mais próximo, podendo acarretar grandes perdas para a avicultura industrial. Isso porque quando a doença ocorre, as compras são suspensas por diversos países, o que derruba as exportações.

Além disso, caem as vendas também no mercado interno em função de regras sanitárias ou por redução das compras por parte dos consumidores. Isso porque, parte do público acaba temendo contrair a doença, por isso evita consumir.

Em 2005, por exemplo, quando a gripe aviária atingiu plantéis europeus, os consumidores de lá restringiram as compras, o que derrubou os preços mundiais e, também, as exportações brasileiras.

Para a avicultura nacional, esse é mais um baque após as grandes dificuldades enfrentadas no ano passado em função da guerra da Ucrânia. Os preços dos insumos agrícolas, entre os quais, fertilizantes e combustíveis foram parar nas alturas, o custo da alimentação animal subiu e a inflação ao consumidor também. Esse cenário reduziu as vendas internas, limitando as margens do setor.

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As exportações compensaram um pouco no ano passado. As vendas de carnes de aves por SC ao exterior alcançaram U$ 1,92 bilhão, com crescimento de receita de 21,1% frente ao ano anterior. Esse segmento, mais uma vez, liderou o faturamento das exportações do Estado, com 16% do total.

Em janeiro deste ano, foram exportados US$ 179 milhões, 39,4% mais que em janeiro de 2022, respondendo por 21% da receita do exterior. O primeiro mês do ano foi bom, mas com a influenza aviária nos países vizinhos, as incertezas são grandes para o setor este ano.

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