Outra vez, em 2018, os brasileiros tiveram que contabilizar resultados decrescentes à medida em que os meses foram avançando para, ao final, ver um desempenho econômico pífio. Quando o ano começou, a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) era de 2,6% segundo a pesquisa Focus, feita pelo Banco Central junto ao mercado.
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Agora, ao apagar as luzes, o mesmo mercado calcula que o país cresceu apenas 1,3%. A maioria dos brasileiros, cansada de quase quatro décadas de expansão econômica baixa, votou por uma virada liberal na eleição de outubro para ver se o ritmo da economia se acelera. A confiança e o otimismo são altos, mas os que prometeram as mudanças precisam corresponder.
O pior deste ano foram duas decisões equivocadas que derrubaram a economia, prejudicando o crescimento e a geração de empregos. A primeira foi a não aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso Nacional.
A mudança foi barrada pelos corporativistas que ganham salários altos e não querem perder privilégios. Eles ignoram que o país pode ter uma depressão econômica sem uma boa reforma da Previdência e, se isso ocorrer, os maiores salários, os deles, é que serão cortados, a exemplo do que fez a Grécia.
Outra decisão equivocada foi a greve dos caminhoneiros com apoio popular. Gerou um caos no país, derrubou o PIB em cerca de um ponto percentual e causou mais um problema que precisa ser suprimido, a tabela de frete.
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Esses equívocos pesaram para que o país fechasse o ano com a triste marca de 12,2 milhões de desempregados e 27 milhões de subocupados, segundo dados do IBGE relativos aos últimos três meses até novembro.
O melhor na economia brasileira foi a inflação baixa, que deve encerrar o ano em 3,69% em função da boa gestão do Banco Central e do peso da crise econômica. Outra boa notícia é a taxa básica de juros Selic em 6,5%, a média mais baixa das últimas décadas apesar de parte dos analistas acharem que ainda está alta para o nível de atividade.
Na eleição, a população viu no candidato Jair Bolsonaro a pessoa que poderá conter a corrupção e dar uma guinada liberal na economia, com a retomada do crescimento de forma mais intensa. As projeções são de que o PIB pode crescer de 2% a 3% em 2019, mas o novo governo ainda não assumiu e já se envolveu em diversas polêmicas que colocam em dúvida os avanços que prometeu.
Precisa deixar temas menores de lado e focar na mãe de todas as reformas, a Previdência, que terá impacto positivo também nas contas de Estados e municípios, abrindo caminho para um novo ciclo de crescimento no país. O brasileiro não quer iniciar contagem regressiva outra vez.
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O Estado foi bem
Apesar dos problemas do setor público tanto em nível nacional quanto estadual, o setor privado catarinense foi bem em 2018. Enquanto o Brasil terá pibinho de 1,3%, o SC terá alta de 3% ou mais e ficou no topo do emprego. É o resultado do competitivo setor privado, da economia diversificada, forte logística e belezas naturais.
Entre os números que confirmam isso estão a alta de 2,89% do IBCR (prévia do BC para o PIB) de janeiro a outubro com base na alta de 4,4% da produção industrial, 8,2% do comércio, 1,2% dos serviços e queda de 9,9% da agricultura (dados do IBGE). O melhor é que SC registra taxa de desemprego de 6,2%, a menor do país. De janeiro a novembro abriu 64.124 novas vagas.
E vai aumentar ritmo
Pelos projetos de investimentos previstos para SC em 2019 _ mais de R$ 70 bilhões _, tudo indica que o Estado vai aumentar o ritmo de crescimento econômico e de empregos. A projeção da Secretaria da Fazenda é de alta de 4% do PIB em 2019, expansão alcançada também em 2017. A propósito, o desafio econômico maior em SC está no governo estadual que terá um déficit próximo de R$ 2,6 bilhões.
O governador Eduardo Moreira, que entrega o cargo dia 1 de janeiro, se orgulha do ajuste que fez. Assumiu há 10 meses com rombo de R$ 2 bilhões e vai deixar dívida próxima de R$ 500 milhões. Os catarinenses elegeram Carlos Moisés ao governo para que ele faça ajustes ainda maiores e melhore os serviços públicos. Eis o grande desafio! Se nada atrapalhar, a arrecadação subirá 10% ou mais e vai ajudar.
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Borbulhas made in SC
É nestes dias, quando a maioria compra espumantes ou vinhos para brindar o ano novo, que o polo de vinícolas de altitude de Santa Catarina aquece as vendas. O principal mercado é SC e os jovens estão consumindo mais espumantes. Aqui, santo de casa faz milagre, diz o empresário Guilherme Grando.
O enoturismo e os vinhos catarinenses também serão destaques na Revista Wine, que a partir do próximo sábado deve chegar aos cerca de 140 mil assinantes do Clube Wine, o maior clube de vinhos do mundo. A produção da reportagem, que terá cinco páginas, foi acompanhada na Serra de SC por servidores da Santur, da Secretaria de Estado de Turismo e da Secretaria de Turismo de São Joaquim.