Quem quer instalar uma indústria na cidade que é sede da gigante multinacional WEG, Jaraguá do Sul? Nesta quinta-feira, 22 de junho, a Associação Empresarial de Jaguará do Sul (Acijs) celebra 85 anos. Além de preservar o legado histórico, a entidade está voltada ao futuro, o que inclui a ampliação de áreas industriais na cidade para atrair empresas, de preferencia de setores diferentes, para fortalecer o desenvolvimento econômico, informa a presidente da associação, Ana Clara Chiodini.

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Para marcar o dia de hoje, a Acijs promove palestra às 19h com Tallis Gomes, sobre Gestão da Inovação. A propósito, a inovação é tema transversal nos projetos defendidos pela Acijs em parceria com a prefeitura municipal.

Com três setores industriais fortes -têxtil, metalmecânico e de alimentos – Jaraguá quer diversificar mais sua indústria. Segundo Ana Clara, esse tema é tratado como neoindustrialização. É a palavra que significa reestruturação produtiva para ter negócios mais competitivos e sustentáveis. Saiba mais sobre o futuro econômico de Jaraguá na entrevista a seguir:

Como a Acijs vai celebrar os 85 anos de atuação nesta quinta-feira?

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– Vamos comemorar trazendo conteúdo para o associado. Faremos um evento exclusivo para os associados, uma palestra com Tallis Gomes sobre Gestão da Inovação. O tema é: Juntos, construindo o futuro. Esses 85 anos da Acijs representam um legado de associativismo muito forte, de construção de uma comunidade.

A gente tem mais de 1.500 associados, estamos entre as seis maiores associações empresariais do Estado. Esse trabalho de conexão e conectividade de 85 anos é muito importante, precisamos preservar. Mas também temos o desafio e a responsabilidade de olhar para o presente e para o futuro. O presente traz muitos desafios e por isso também a gente está falando de construir o futuro juntos porque juntos sempre somos mais fortes.

Quais projetos a Acijs está desenvolvendo atualmente para impactar mais seus associados?

– A gente está investindo bastante no fortalecimento dos núcleos empresariais que é algo que é muito forte aqui no associativismo em Santa Catarina. Os núcleos realmente são um pilar importante para o cumprimento da nossa missão quanto associação empresarial. A gente vem investindo também em capacitação para o desenvolvimento empresarial através de programa trilha educacional, de mentoria. Isso capacita o empresário, faz negócios prosperarem. Além disso, a gente também tem muito forte atuação da representatividade. Fazemos isso na interlocução com o poder público para defender as pautas da classe empresarial de Jaraguá do Sul.

Que projetos vocês estão trabalhando junto à prefeitura?

– A Acijs está trabalhando muito alinhada com o poder público municipal. Acho que isso resulta num ganho muito grande para a cidade. Trabalhar junto e alinhado é a base do   associativismo também. Esse é um programa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, estamos apoiando eles porque olhar para a matriz econômica do município pode nos fortalecer.

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Jaraguá do Sul é o terceiro PIB industrial do Estado. A indústria é um fator de muita fortaleza, de desenvolvimento econômico aqui no município. A gente tem muito fortes os polos de têxtil e metalmecânico e também de alimentos. Hoje, o metalmecânico é a indústria mais relevante, mas o setor têxtil é o que mais emprega. É uma indústria diversificada para o tamanho do nosso município.

A gente está olhando justamente as áreas que sobraram no município porque temos uma geografia bem complicada. Ainda temos áreas planas, que são áreas rurais, mas poderiam sediar indústrias. Então, a gente vem olhando para essas áreas.

Já foi aprovado em lei municipal para criar três novas áreas para indústrias, que a gente vem chamando de neoindustrialização do município. Então, seria reindustrializar o município, queremos trazer novas indústrias para cá que tragam desenvolvimento econômico.

Olhando para outros pilares de desenvolvimento, temos o Projeto Sets (Setores Especiais de Turismo Sustentável), é voltado ao desenvolvimento de áreas turísticas nosso município. Hoje, temos muito turismo de negócios, mas não tem o turismo como um pilar economicamente muito forte.

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A gente vê o lazer também como oportunidade para fazer o pessoal ficar aqui um pouquinho mais. Temos um potencial de natureza com alguns produtos bem importantes. Temos também o Distrito de Inovação, que olha para novas matrizes, para uma economia criativa. É uma consolidação disso tudo para atrair mais investimentos e negócios para Jaraguá do Sul.

Como estão trabalhando a área de economia criativa?

– A indústria têxtil é um grande motor da economia criativa por causa do design e do desenvolvimento de produto. Além disso, temos muito forte aqui a própria Scar (Sociedade Cultural Artística). Eles vêm desenvolvendo muitos projetos nesse sentido, cursos de design de criatividade. Temos aqui esse ambiente muito rico.

Que trabalho vocês fazem na área de cidades inteligentes?

– A gente vem trabalhando também junto com a prefeitura e a própria Fiesc (Federação das Indústrias de SC) tem projeto um projeto muito interessante de cidades inteligentes. A gente vem trabalhando para entender como a gente pode também aproveitar esse movimento e olhar para o desenvolvimento da cidade não só econômico, mas também social e sustentável.

A gente está testando uma rede 5G, que é exclusiva num projeto com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ADBI). Estamos olhando também para mobilidade da cidade, para evoluir e estar mais conectados com as tendências.

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Vocês tem um pacto regional para inovação. Como funciona?

Então, existe um pacto regional para inovação. As entidades e o poder público trabalham alinhados, para não ter duplicidade de ações, sem concorrência. Pensamos em  pautas que fazem sentido para região de Jaraguá do Sul, que inclui cinco municípios: Jaraguá, Corupá, Schroeder, Guaramirim e Massaranduba, que somam cerca de 350 mil habitantes.

Como você vê os cenários econômicos nacional e internacional?

– A nossa economia é forte na indústria, como comentei. Somos o terceiro polo industrial do Estado e os serviços vêm embarcados muito nisso. Se você pegar os 10 maiores municípios a gente que tem o maior superavit entre exportações e importações. Temos muitos produtos de alto valor agregado principalmente componentes elétricos, produtos elétricos e metalmecânicos.

Temos aqui uma potência mundial que é a WEG, uma das maiores empresa do estado e do país. Querendo ou não, é um grande motor aqui para gente e faz a gente estar conectado aí com a economia de uma forma mais ampla.

Tudo indica que será aprovada uma reforma tributária. Qual é a expectativa de vocês?

– A expectativa, o grande ganho esperado é a simplificação. A gente vê a oportunidade de simplificação porque temos esse arcabouço tributário muito complexo. Então, o que se espera é que sejam aprovadas regras mais simples e claras.

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