Mais admirada multinacional brasileira, a WEG, de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, fez no começo de abril deste ano uma mudança pouco frequente na sua trajetória de 62 anos: empossou um novo presidente. O engenheiro eletricista Alberto Yoshikazu Kuba, assumiu o cargo número um da empresa, sucedendo ao também engenheiro eletricista Harry Schmelzer Junior.
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Alberto Kuba, 44 anos, é o quarto presidente da companhia e o segundo executivo profissional a chegar neste posto. O primeiro presidente foi Eggon João da Silva, que junto com os sócios Werner Voigt e Geraldo Werninghaus fundou a empresa e as iniciais dos nomes dos três formaram a marca WEG. O segundo presidente foi Décio da Silva, filho de Eggon.
Os três primeiros presidentes foram executivos brilhantes que levaram a companhia a crescimento contínuo, transformando-a num “império” internacional com fábricas em 17 países, 45 mil empregos diretos e faturamento líquido de R$ 32,5 bilhões em 2023.
Com crescimento constante de receita e lucro, a WEG é apontada pelo mercado financeiro como um “foguete”, porque só sobe, e também com “fábrica de bilionários” por ter entre seus sócios 29 bilionários na lista da Forbes. A empresa tem atuação em quatro áreas: Equipamentos eletroeletrônicos industriais, Geração, transmissão e distribuição de energia, Motores comerciais e appliance, Tintas e vernizes.
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A chegada na posição de quarta empresa mais valiosa da bolsa brasileira, a B3, com valor de mercado de R$ 197,48 bilhões dia 23 de julho de 2024, atrás apenas da Petrobras (R$ 511,40 bilhões), Itaú Unibanco (R$ 310,94 bilhões) e Vale (R$ 273,38 bilhões), resulta do conjunto de negócios que oferece qualidade ao mercado e expectativas de mais crescimento.
Preparado, com experiência em todos os mercados mundiais e tendo um grupo de executivos igualmente talentosos para atuarem juntos, tudo indica que Alberto Kuba fará uma gestão semelhante a dos seus antecessores.
O conselho de administração da companhia, presidido por Décio da Silva, tinha 12 executivos da casa preparados para assumir a presidência e precisava escolher um. O nome de Alberto Kuba foi confirmado no fim da tarde de 07 de dezembro do ano passado (2023) e no dia 08 de dezembro foi anunciado ao mercado.
Com quatro áreas de atuação, a WEG está inserida em setores estratégicos de crescimento mundial, em especial o de energia limpa. O desafio de Alberto Kuba é levar a companhia a uma maior presença nos mercados mundiais.
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Graduado em engenharia elétrica pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), ele tem 22 anos de atuação na WEG onde ingressou como estagiário. Fez cursos de especialização em finanças na Fundação Dom Cabral, programa executivo para empresas em crescimento na Universidade de Stanford (EUA) e liderança para transformação de negócios no Insead (França), entre outros. É casado, tem uma filha e gosta de automóveis antigos. Saiba mais sobre quem é e o que pensa o novo presidente da WEG na entrevista exclusiva a seguir:
Como é liderar a WEG, quarta empresa mais valiosa da bolsa de valores do Brasil?
– Sem dúvida nenhuma, me tornar o quarto presidente da WEG é a realização de um grande sonho. A WEG teve como primeiro presidente o seu Eggon João da Silva, um dos três fundadores da empresa. Depois o Décio (Décio da Silva, filho de Eggon) por muitos anos e, finalmente o Harry (Schmelzer) que ficou à frente da empresa por 16 anos.
Em primeiro lugar, substituir o Harry é um grande desafio. Ele foi um CEO espetacular, que deixou um legado muito grande para todo o time e muitas realizações. Presidir a WEG é uma grande alegria e também um grande desafio porque ela se tornou uma multinacional com faturamento (líquido) ano passado superior a R$ 32,5 bilhões e com uma presença global muito grande.
Então, tocar uma empresa como a WEG é tocar uma empresa global, onde a gente tem desafios diários que não acontecem só no Brasil. Qualquer coisa que acontece no mundo tem impacto nas nossas organizações e a gente fica trabalhando com o nosso time do Brasil e do mundo para poder estar preparado para todos esses movimentos.
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O senhor fez um plano de carreira para chegar até a presidência da WEG?
– Quando eu entrei na WEG fiz o programa de trainee. E teve uma palestra sobre planejamento de carreira. Eu achei fantástico como o diretor que se apresentou naquela época, estruturou a carreira dele. Fez como se fosse um plano de negócio. Eu fiz isso para mim também.
Então, ao longo do tempo eu desenhei meu plano de carreira até os 60 anos. Mas na época, obviamente eu trabalhava na área comercial. Então, minha primeira meta era ser diretor de vendas, diretor comercial, que era o que eu sempre gostei de fazer, que foi a minha razão de entrar na WEG.
E daí o tempo passou. Eu virei diretor de vendas da WEG na China em 2012, dez anos depois de eu entrar na empresa. Posteriormente, fui promovido a diretor superintendente do negócio na China e voltei para o Brasil como superintendente, com 40 anos de idade. Então pensei: poxa, ao longo da minha carreira eu posso ser presidente da empresa. Eu teria mais 25 anos pela frente. Eu já estava em um dos cargos mais altos da companhia.

Como soube que era cotado para liderar a empresa? Ficou surpreso com a escolha?
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– Fui informado que eu seria o presidente pelo Décio da Silva (presidente do conselho de administração da WEG), no dia anterior ao anúncio ao mercado. Como a gente vinha fazendo testes e acompanhamento, desenvolvimento, obviamente eu sabia que era um dos candidatos.
Mas no ano passado, como teve a aquisição Regal Nexnord, uma grande empresa americana, eu até falei para a minha esposa que a gente iria voltar dos EUA e 2024 seria um ano tranquilo porque o meu objetivo seria fazer a integração dessa operação. Pensei que ficaria viajando entre o Brasil, os EUA, Holanda e Itália, trabalhando muito na integração, mas com a família no Brasil.
E para minha surpresa, na primeira semana de dezembro, um dia antes do WEG Day, uma quinta-feira à noite, o Décio anunciou que eu me tornaria o novo presidente. Eu fui para um jantar com investidores e no dia seguinte foi feita a comunicação ao mercado. Ele me chamou para ir ao conselho na terça-feira e disse que eu era um dos finalistas.
Perguntou o que eu acharia se eu fosse presidente e como eu reagiria se eu não fosse o escolhido. Como eu havia feito um curso no Insead, França, que abordou muito sobre missão como executivo, eu estava preparado. Disse a ele que estava supertranquilo. Minha missão de vida é ajudar a formar pessoas e eu já estava cumprindo. Então, se desse certo, eu ficaria muito feliz. Se não desse certo, eu continuaria na companhia.
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Eu gostaria que o senhor contasse um pouco sobre a sua origem. De que região do Japão veio a sua família?
– Sou a terceira geração no Brasil. Quem veio do Japão, ainda bem novinho, foi meu avô. Eles vieram da ilha de Okinawa, no Sul do Japão.
Okinawa é a ilha onde as pessoas são mais longevas? Então o senhor vai viver 110 anos?
– É exatamente aquela ilha onde as pessoas são longevas. Mas eu não sei se vou durar tanto tempo (risos), sendo executivo, trabalhando na WEG. Se eu estivesse lá em Okinawa, acho que daria para durar mais. Então, meu avô veio do Japão com cinco ou seis anos. Meu bisavô havia perdido uma filha na guerra e não queria que o filho mais novo tivesse o mesmo destino. Naquela época, a 2ª Guerra Mundial não tinha data para acabar. Daí eles vieram para o Brasil e tudo começou.
Vieram para trabalhar na agricultura?
– Eles trabalharam pouco tempo na agricultura, depois começaram na área da fotografia. Toda a história da minha família era de fotógrafos, era o que eles faziam lá no Japão. Meu pai, meu avô e meu bisavô viveram da fotografia até 2005. E com a foto eles pagaram a educação de todos os filhos, todos fizeram faculdade.
Meu bisavô tinha um apelo muito forte pela educação, ele deixou a agricultura e abriu um comércio para estar perto da escola. Então você vê, uma pessoa que faleceu aos 92 anos, veio para o Brasil não muito jovem, devia ter seus 30 e poucos anos, mas aprendeu um português perfeito para falar no comércio. Meu avô, obviamente, também falava bem o português. A educação sempre foi um ponto muito importante na minha família.
O que levou o senhor para a engenharia? Tinha mais engenheiros na sua família?
– Sim, tenho tios engenheiros. Mas eu sempre gostei muito de matemática e de física. Mas eu também gostava da área comercial. E como meus pais sempre tiveram comércio na área de fotografia, eu sempre quis trabalhar na área comercial de uma empresa.
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Eu fiz engenharia porque, na época, engenharia dava acesso a banco. Quando eu estava na faculdade, o banco era o emprego da moda. Então daria acesso para trabalhar no banco, daria acesso para trabalhar numa multinacional.
E, ao longo da faculdade, eu fui avaliando o que mais se encaixava no meu perfil. Foi aí que eu decidi fazer engenharia para trabalhar na área comercial de uma multinacional E foi aí que apareceu a WEG, que foi a única empresa para a qual enviei currículo. Eu conheci a WEG numa visita que fiz em 1997, então na faculdade.
Eu fiz engenharia na Unesp, que é uma universidade estadual de São Paulo, em Ilha Solteira. Eu sou de Presidente Epitácio, no Oeste do estado, na divisa com o Mato Grosso do Sul, a 600 quilômetros da capital (e a 233 quilômetros de Ilha Solteira). Eu participava de um grupo chamado PET, patrocinado pela Capes, e tínhamos uma verba do governo para a gente fazer visitas a empresas, conhecer cidades diferentes.
E então o meu professor marcou uma visita à WEG, em 1997. Na época, o seu Geraldo (Werninghaus) era prefeito de Jaraguá do Sul, o pessoal tinha um super orgulho de falar do seu Geraldo, por tudo aquilo que ele estava mudando na vida política da cidade. E o pessoal aqui me recebeu muito bem, foi muito legal. A WEG foi a primeira empresa que visitei, que eu pude ver processos integrados, pude ver todo um drive de desenvolvimento de time, visitei a escolinha, o centro de treinamento de cliente.
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Então pensei, isso aqui é uma empresa muito legal, quem sabe um dia eu venho trabalhar aqui. E aí, quatro anos depois, eu estava no meu período quase de conclusão de curso, tinha que fazer estágio. Por sorte, apareceu um engenheiro da WEG que foi fazer uma palestra na faculdade, ele trouxe meu currículo, fiz a entrevista e vim fazer o estágio. Acabei minha graduação, fiz o trainee e fui ficando. Sempre achei que iria ficar aqui uns dois, três anos, e já estou aqui há mais de 22 anos.
Foi natural vir para Jaraguá, uma cidade de cultura alemã?
– A cada mudança que eu fazia, eu sempre ia para mais longe. Embora eu fosse muito ligado à minha família. Com 14 anos, eu saí de Presidente Epitácio, uma cidade pequena, porque não tinha uma escola boa. Fui estudar em Presidente Prudente, que é bem maior, mais ou menos uns 100 quilômetros de distância. Fui morar num pensionato com mais 20 pessoas, dividia quarto. Essa vida de estudante de segundo grau foi dos 14 aos 17.
Daí eu passei para a Faculdade de Engenharia, que era ainda mais longe, dava umas três horas de casa. Mas eu nunca me preocupei, porque eu sabia que, fazendo engenharia, eu tinha que morar longe mesmo. As grandes empresas estavam na capital São Paulo, que era mais provável, ou então Santa Catarina ou Paraná, onde tinha polos industriais bem significativos no Brasil.
Então, eu já estava preparado para isso. E foi bem numa época, 2001, que a WEG estava se preparando também para internacionalizar mais. Nós tínhamos um desafio muito grande de expatriar colaborador aqui de Jaraguá.
No meu grupo de trainee, que acho que eram 26, todo mundo era de fora. A maioria era de fora de Santa Catarina, justamente para que a gente não tivesse nenhuma raiz aqui para poder ser expatriado num determinado momento no futuro.
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Vim para a WEG sabendo que teria oportunidade na área comercial, em 2009, eu fui expatriado para a China. Eu sabia que um dia trabalharia fora do Brasil, mas imaginava ir para América Latina, Europa ou mesmo para os Estados Unidos. Não esperava ir para tão longe.
O senhor chegou aqui em Jaraguá do Sul em 2001 e foi morar na China em 2009?
– Comecei a trabalhar no exterior em 2009, e em 2010 eu fui definitivamente com a família. E Fiquei lá de 2010 a 2019, foram 10 anos. Eu já era casado e nossa filha nasceu lá em 2014. Minha mulher (Elisandra) é descendente de alemães, de Santa Rosa (RS). Acho que morou lá até os 12 anos, mas depois veio para Jaraguá do Sul com a família.
Sua filha fala mandarim?
– Ela falava mandariam fluentemente, e também inglês. Só que a gente voltou para cá quando ela tinha cinco anos, já faz cinco anos que ela não pratica, então esqueceu bastante coisa de mandarim. Mas o inglês ela continua falando bem, até porque a gente morou um ano nos Estados Unidos, em 2023.
O que destaca da sua atuação de 10 anos na WEG China?
– Quando eu cheguei na China, a WEG estava numa fase de transformação. Nós compramos uma empresa que era do governo chinês. Uma empresa estatal, que tinha todo um drive de cunho social. Nunca tinha dado lucro.
Eu tinha lá uma pessoa para abrir o portão, outra para fechar, outra para fazer o café e três para entregar o café. Enfim, era uma empresa totalmente sem esse viés de lucro.
Então, quando a WEG comprou, nós tivemos muita dificuldade para colocar esse mindset de empresa privada. E aí, quando eu cheguei, já tinham se passado quatro anos, e a WEG já tinha trocado completamente tudo que tinha dentro da fábrica.
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No final de 2007, início de 2008, a WEG expatriou um diretor que foi lá e transformou a parte industrial. Mas a gente não vendia. Imagina você comprar uma empresa lá e não ter pedido para o mercado interno.
Então acho que a minha principal contribuição na China foi desenvolver tanto o time, quanto criar uma política local e desenvolver uma estratégia para que a gente vencesse lá. Porque assim, se você pega 30 anos para cá, a maioria das empresas que foram para a China eram para produzir na China e exportar. A gente vendia 90% para fora.
A gente comprou uma empresa lá que vendia no mercado interno, mas fomos perdendo esse mercado e transformando essa fábrica numa unidade de exportação, embora quiséssemos o mercado local. A exportação, eu diria que era uma forma de poder manter a fábrica ocupada, mas nós queríamos mesmo ganhar o mercado chinês. Então, ao longo desse tempo que eu estive lá, meu foco total foi desenvolver o mercado doméstico.
Hoje, a WEG é uma empresa bem conhecida no mercado doméstico, tem uma rede grande de distribuidores, muitos clientes fabricantes de máquinas. Nós temos uma equipe de vendas espetacular, muitos vendedores espalhados em todos os cantos da China. Então acho que foi uma época em que nós aprendemos a fazer negócio lá na China.
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Aí, aprendendo a fazer negócio na China, a gente foi desdobrando isso em tudo quanto é lugar no mundo. Porque lá é um local mais difícil de vencer. Na época, tinha mais de 3,5 mil concorrentes. Então por que o cliente vai comprar de você, se ele tem muitos concorrentes chineses com preços mais competitivos e concorrentes maiores do que a WEG em termos de mundo, que estavam lá há mais tempo e mais consolidados?
Então, comprar da WEG era quase que uma aposta. A gente conseguiu fazer esse trabalho, abrindo, construindo. Depois disso, a gente foi crescendo. Crescemos todos os anos de forma contínua e, passo a passo, a gente foi construindo um negócio lá. Começamos com uma fábrica que a gente comprou em 2005 e, em nove anos, fomos para uma fábrica completamente nova, construímos uma super planta.
Hoje, temos na China uma operação super produtiva, com alto grau de eficiência, com muitos robôs instalados. Depois, compramos um negócio de motores appliance, que daí agregou o portfólio de produto. E fizemos mais uma fábrica de automação. Enfim, hoje a WEG tem seis fábricas na China.
Seis fábricas na China?
– Nós compramos a primeira em 2004. Começamos a tocar em 2005, em Nantong. Depois, em 2014, nós compramos uma fábrica de motores appliance para máquinas de lavar roupa. Em 2014 também, construímos uma fábrica nova, uma expansão.
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Em 2019, fizemos uma fábrica de drives de automação. E agora nós compramos duas. Então, desde maio tem mais duas operações, uma que a WEG é 100% dona, e outra que a WEG é sócia. São fábricas da Regal Rexnord de motores industriais.
A experiência na Ásia trouxe o senhor de volta para Jaraguá?
– Isso. Eu fui crescendo na China, passei por vários cargos lá. Comecei como gerente de vendas, dois anos depois virei diretor de vendas. Em 2015, virei superintendente dos negócios de motores industriais. E em 2020 eu vim ocupar o local da divisão que eu tocava numa filial (a de motores elétricos).
A WEG Motores era muito grande, por isso foi dividida. Na divisão em que eu atuava, vendíamos motores para vários tipos de clientes, envolvendo também os clientes de máquina de lavar roupa, que tem uma dinâmica completamente diferente. Em 2019, pouco antes de eu voltar da China, o Harry (Schmelzer Jr) decidiu dividir a operação e a WEG Motores virou duas. Eu vim comandar a parte industrial, que continua sendo a maior operação. Daí o foco era só produto industrial, não estavam envolvidos motores para lavadora, para aparelhos de ar-condicionado, que ficaram na divisão de motores convencionais.
O senhor foi para os Estados Unidos para fazer a aquisição da Regal Rexnord?
– A compra da Regal Rexnord estava no nosso pipeline. A gente estava avaliando. Foi uma feliz coincidência eu estar lá no período da aquisição. Tive oportunidade de atender o mercado da China, do Sudeste Asiático e também atender a Europa com exportações da China.
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Então, eu tinha bastante conhecimento e relacionamento com os nossos times da Europa, da Austrália, do Sudeste Asiático, mas zero com a América do Norte, cujo mercado era sempre atendido pelo México. A única região do mundo que eu não conhecia bem era a América do Norte. Ao ir trabalhar nos Estados Unidos, pude me aproximar de clientes dos EUA e do Canadá.
A WEG tem muitos clientes nessa região e aí foi muito bom. Nesse período final de 2022, começamos a avaliar a oportunidade de adquirir essa divisão industrial da Regal Rexnord. Dei a sorte de estar lá no momento e aí pude entender mais sobre a dinâmica e a importância de ter uma operação local nos Estados Unidos.
Sempre trabalhamos muito com a operação do México. Agora, cada vez mais, com os incentivos do governo (americano) para a produção local, temos que ter realmente produto com mais customização, e é superimportante essa fabricação nos EUA.
Então, foi bom estar lá para ver isso pessoalmente. A gente avançou com as negociações. Em setembro do ano passado conseguimos fechar o negócio, e só tivemos a aprovação final no fim de abril deste ano porque envolveu vários países e teve que passar em vários órgãos reguladores.
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Eles estavam querendo vender?
– Sim! Estavam reestruturando a empresa para dar um novo norte. Essa era uma área que eles não estavam ganhando muito dinheiro. Então, fizeram quase que um spin-off dentro da operação, separando a divisão de motores industriais. E aí em 2022 colocaram para venda. Então foi um momento em que os bancos nos procuraram, porque tinha realmente uma oportunidade de aquisição na mesa.
Hoje, uma aquisição para WEG nesse segmento é muito difícil porque há muitos negócios onde temos participação muito relevante. Para comprar essa empresa, não pudemos incluir uma fábrica dela no Brasil. Compramos a empresa no resto do mundo. E levou muitos meses para o negócio ser aprovado, país a país. Incluiu EUA, China, México, Índia e outros.
Falando em investimentos e aquisições, o que a WEG tem previsto para este ano?
– Este ano, vamos investir R$ 1,9 bilhão. Esse é o nosso orçamento. Mas a gente sempre trata as aquisições como um orçamento à parte. Então, por exemplo, este ano, nosso orçamento é investir R$ 1,9 bilhão tanto no Brasil como no exterior. Temos várias fábricas agora entrando em operação no Brasil, uma delas é a Fábrica 8 de Jaraguá do Sul. É aquela unidade que, no meio da pandemia, começou a ser preparada para atender a mobilidade elétrica.
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