Além das graves perdas da natureza em relevantes biomas, as queimadas no Brasil, principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte, já afetam a produção de alimentos, pressionam preços que elevam a inflação e podem reduzir o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Entre os produtos mais impactados negativamente estão açúcar, café, laranja e limão. Mas outros também são atingidos.
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O Brasil recém conseguiu sair da inflação mundial causada pela pandemia e as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio e vinha sofrendo com a alta do dólar resultante do fraco controle das contas públicas. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central parou de baixar a taxa básica de juros Selic e vem se preparando para nova elevação. Mas diante dos impactos dos incêndios, algumas consultorias econômicas defendem volta da alta de juros na próxima reunião do comitê, que será na próxima semana.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse quarta-feira (11) que os problemas climáticos preocupam porque podem elevar a inflação e afetar a oferta de energia. Mas observou que esse tipo de inflação não se combate com juros altos, dando um sinal para o Banco Central. O governo federal elevou a projeção da inflação deste ano de 3,9% para 4,25%. A inflação dos alimentos, devido às queimadas, que estava prevista em 4,5%, subiu para 5% este ano.
Entre os produtos com maior risco de alta em função das queimadas, o açúcar já apresenta variações em São Paulo, uma das principais regiões produtoras. O preço da tonelada subiu 2,7% no mercado paulista em uma semana. Mas além do café, açúcar e frutas cítricas, a produção de hortifruti também é afetada e pressiona o custo de vida.
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Como o problema climático continua, existe o risco de que afete também o plantio da safra de grãos. O milho e a soja, principais itens desse grupo, começam a ser plantados agora e são a base da alimentação de aves e suínos no país. Além disso, essas regiões de queimadas são grandes produtoras de carne bovina. Com menos pastagens, reduz a oferta e o produto fica mais caro ao consumidor. E a falta de chuvas ainda ameaça o preço da energia porque a maior oferta do país é hidrelétrica e dessas regiões.
Embora, por enquanto, as produções afetadas são de outras regiões brasileiras, a alta de preços prejudica Santa Catarina igualmente porque o Estado consome produtos dessas regiões. E caso a produção de grãos seja reduzida, a agropecuária de SC sofrerá no próximo ano.
Apesar de o problema inflacionário ser resultande de limitação de oferta, é preciso máxima atenção porque a inflação gera custos maiores no curto e no longo prazo. O Banco Central controla a inflação com os juros altos. E o crescimento do PIB poderá ser afetado principalmente em 2025 pela menor produção agropecuária. Para este ano, o crescimento deverá ser acima do estimado inicialmetne apesar dos problemas climáticos. O governo acaba de elevar a projeção de crescimento do PIB de 2,5% para 3,2%.
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