Com a estagnação da BR-101 Norte, principal rodovia da região mais dinâmica da economia catarinense, a decisão do governador Jorginho Mello de dar ordem de serviço para elaborar projetos para uma futura rodovia paralela, denominada Via Mar, animou Santa Catarina. Quarta-feira (23), ele autorizou projetos para obras de quatro dos cinco lotes que somarão 145 quilômetros entre Joinville e Biguaçu.
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Concluída essa etapa, estimada em 18 meses, o plano é buscar investidores privados para que construam a rodovia e a explorem com pedágio. O orçamento estimado para a nova estrada duplicada é da ordem de R$ 7 bilhões.
O governador afirmou que a nova rodovia é essencial para o setor logístico de Santa Catarina. Vai beneficiar principalmente a indústria, o comércio e os portos.
Este novo paço do governo anima os catarinenses, que esperam há cerca de 10 anos por solução aos problemas da 101. Isso porque, atualmente, o trecho entre Tijucas e Navegantes está com ocupação acima da capacidade, impondo, todos os dias, horas de engarrafamentos para quem trafega. A viagem entre Florianópolis e Joinville, que duraria cerca de 2 horas ou um pouco mais, demora em torno de quatro horas se for durante o dia.
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Quando se fala em planejamento de logística no mundo, a recomendação é que seja feito com 30 anos de antecedência. Mas, no Brasil e em SC, quase sempre o começo é quando o prejuízo já está insuportável.
Estudos feitos pela Federação das Indústrias de SC (Fiesc) apontam que o setor de transporte perde, em média, R$ 1 bilhão por ano com os engarrafamentos na 101 Norte. Diante disso, a obra de R$ 7 bilhões não parece cara.
O diretor institucional e jurídico da Fiesc, Carlos José Kurtz, afirmou que a entidade reitera apoio à iniciativas para melhorar a mobilidade em no Estado e a rodovia paralela à BR-101 é uma demanda antiga da entidade.
Segundo o presidente da Federação das Empresas de Transporte e Logística de SC (Fetrancesc), Dagnor Schneider, o governador Jorginho Mello está atendendo um pleito antigo do setor. Infraestrutura é uma das principais pautas do transporte e logística. A BR-101 Norte, após 20 anos de duplicação, colapsou, alertou ele.
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Além de melhorar para o setor de transporte, a nova rodovia vai tornar mais ágil e mais fácil a vida de quem atua em outros setores da economia, como comércio e serviços, em especial o turismo. Com uma segunda via, ocorrerão menos engarrafamentos, menos acidentes e as pessoas poderão ficar mais tempo nos destinos turísticos.
De acordo com o secretário adjunto de infraestrutura e mobilidade do Estado, Ricardo Grando, o projeto vai integrar o programa Estrada Boa e a intenção é buscar investimento privado para a obra.
Os catarinenses já mostraram que não são contra o pedágio, mas se preocupam com a falta de infraestrutura que impede o crescimento econômico. Essas e outras razões devem ser consideradas pelo governo para acelerar o início e conclusão da futura Via Mar.
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