Os aumentos do petróleo e do gás natural pelo mundo, mais a elevada demanda por energia no Brasil em função da seca, além da alta carga tributária têm gerado reajustes estratosféricos para o setor de combustíveis e gás. A SCGás estimou para o reajuste de janeiro em Santa Catarina uma alta de 48% na tarifa do gás natural para a indústria e encaminhou para a Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc). Com o reajuste de julho, o aumento acumulado chegaria a 82% no ano, o que motivou reação de lideranças da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc).

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– O gás é um insumo fundamental para a indústria. Em alguns setores, ele representa até 30% do custo de produção. As empresas não têm como absorver um aumento dessa magnitude. Elas já enfrentam alta no preço das matérias-primas. O reajuste do gás é mais um componente que se soma a esse ambiente adverso e que alimenta a inflação – argumentou o presidente da federação, Mario Cezar de Aguiar, em nota divulgada nesta segunda-feira.

As tarifas de gás natural são variáveis em Santa Catarina, dependendo do grupo de consumidores. Além da indústria, que reponde por cerca de 80% da produção, existe o consumidor residencial, comercial e de gás natural veicular (GNV). A alta média para janeiro foi estimada pela SCGás em 45%. Os valores finais ainda dependem da regulação da Aresc, que aprova os dois reajustes anuais, um para julho e outro para janeiro.

A SCGás explicou que o aumento seria de 19,5% para o início do ano se fossem incluídos apenas os reajustes do preço internacional de petróleo e a variação cambial. Mas como a companhia teve que fazer um novo contrato de suprimento para complementar a oferta de gás no Estado este ano, esse insumo veio com preço maior. Isso impactou em 25,5% o preço do gás. Segundo a SCGás, o custo maior do contrato do gasoduto Brasil-Bolívia, da TBG, também está influenciando.

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