Constituído em parceria pelo governo de Santa Catarina, Celesc e setor privado, o Programa Energia Boa, lançado nesta sexta-feira, em Lages, pelo governador Jorginho Mello, terá investimentos de R$ 3,572 bilhões em três anos, vai gerar 300 MW de energia limpa e criar cerca de 19 mil postos de trabalho. O governo, em parceria com a Celesc, vai investir R$ 572 milhões em seis subestações e em 225,5 quilômetros de linhas de transmissão, enquanto o setor privado investirá R$ 3 bilhões em mais de 40 pequenas usinas geradoras.
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Esses investimentos serão concentrados principalmente na mesorregião da Serra Catarinense, que tem Lages como cidade-polo. Numa segunda etapa, em seis anos, novos projetos de usinas serão implantados, elevando a geração para 600 MW.
O programa foi apresentado na sede da Associação Empresarial de Lages, pelo governador Jorginho Mello, o presidente da Celesc, Tarcísio Rosa e o presidente da Associação dos Produtores de Energia de Santa Catarina (Apesc), Pablo Cupani. O evento reuniu lideranças empresariais e políticas, incluindo os secretários de Estado que participam do governo itinerante de SC nesta semana, na Serra.
De acordo com o governador Jorginho Mello, esses investimentos vão melhorar a oferta e qualidade da energia na região, tornando-a mais atrativa para investimentos além de melhorar a qualidade da energia também para o meio rural. Para viabilizar esse programa, o governo do Estado participa com a concessão de créditos de ICMS para a Celesc poder fazer os investimentos em distribuição.
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– Estamos alocando R$ 572 milhões do governo na Celesc, em 36 meses, para que ela proporcione a instalação dessas seis subestações nos municípios de Painel, Lages, Campo Belo, Urubici, Rio do Campo e Matos Costa. Esse programa viabilizará um aporte de recursos de R$ 3 bilhões da iniciativa privada. Será uma revolução para a Região Serrana, que ficou muito tempo esquecida. Acabaram as promessas. Agora é realidade – disse Jorginho Mello.
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O presidente da Apesc, Pablo Cupani, observou que o programa foi pensado para geração de energia renovável. E Santa Catarina tem uma vocação grande para fonte hídrica, que é a principal no Estado. Mas poderão ser feitas também usinas eólicas, solares e de biomassa.
-Nossa estimativa é viabilizar 300 MW de geração. Cada MW custa cerca de R$ 10 milhões. Considerando isso, será um investimento da ordem de R$ 3 bilhões nessa região – explicou Pablo Cupani, ao destacar que serão feitas entre 40 e 50 usinas.
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– Os investidores privados estão colocando R$ 3 bilhões nesses projetos que vão gerar cerca de 20 mil empregos e mais cerca de R$ 100 milhões em impostos por ano. Ou seja, é um programa ousado, onde todos ganham e Santa Catarina floresce cada vez mais – afirmou o secretário de Estado da Fazenda, Cleverson Siewert.
O diretor da Estelar Engenheiros Associados, Nelson Dornelas, que lidera projetos de usinas, é quem informa sobre o médio prazo, prevendo que serão gerados mais 300 MW depois da primeira fase de três anos, totalizando 600 MW em seis anos.
Segundo ele, esses milhares de empregos serão gerados em toda a cadeia produtiva do setor, incluindo desde as pessoas que atuarão nos projetos de engenharia, projetos ambientais, produção de subestações, linhas de transmissão, construtoras que farão as usinas, entre outros negócios. Santa Catarina conta com uma cadeia completa de fornecedores para a área de geração limpa.

O presidente da Associação Empresarial de Lages, Antonio Wiggers, disse que o setor empresarial local está otimista com esse projeto, tanto para melhorar a oferta de energia, quando atrair mais investimentos. Segundo ele, são constantes as críticas de que a qualidade da energia oferecida não é suficiente na região de Lages. Com melhor geração e distribuição, vai melhorar, observou ele.
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O presidente da Celesc, a quem cabe liderar a instalação da infraestrutura de distribuição – subestações e linhas – destacou que o Energia Boa é um programa que vai fortalecer a vocação catarinense, que é de geração sustentável de energia.
– Somos referência para o Brasil, sendo o Estado com a maior quantidade de usinas hidrelétricas em operação e com a cadeia produtiva completa para implantar projetos voltados à geração de energia limpa – observou Tarcísio Rosa.
A escolha da Serra Catarinense para sediar esse programa foi porque conta com maior potencial gerador e, também, porque é uma das que têm menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) no Estado. O programa será coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (SICOS), que tem à frente o secretário Silvio Dreveck.
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