Nova solução tecnológica para prever eventos climáticos no Brasil pode ser o Programa Constelação Catarina, que consiste em 13 nanossatélites. O projeto, que foi lançado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em 2021, está sendo desenvolvido em Florianópolis, no Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados e na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
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– Sou membro do conselho da Agência Aeroespacial Brasileira. Nós tivemos uma reunião ontem (quarta-feira), na qual eu comentei que a catástrofe no Rio Grande do Sul nos força a fazer um investimento nesse que é o único projeto brasileiro que tem essa finalidade, de lançar uma série de nanossatélites, que vão integrar uma constelação que vai olhar pelo Brasil todo e parte da América do Sul, concentrando informações para quem precisar – afirmou Mario Cezar de Aguiar, presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
Esse programa, quando implementado, poderá disponibilizar informações sobre clima e auxiliar a produção agrícola de precisão. Essas foram as atribuições do plano quando aprovado com articulação do deputado Daniel Freitas (PL-SC), que representou a bancada catarinense na Frente Parlamentar Mista do Programa Espacial Brasileiro.
O Instituto Senai de Sistemas Embarcados em Florianópolis integra o Sistema Fiesc. Segundo o presidente da federação, satélites de 600 a 700 quilos estão sendo substituídos por nanossatélite do tamanho de uma caixa de sapato.
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– Dos 13 nanossatélites que vão integrar a constelação, nós temos dois em construção. O nosso orçamento é de R$ 3,2 milhões. Não é alto. Satélite é um produto complicadíssimo, mas a tecnologia já é dominada pela nossa equipe. O orçamento é de R$ 35 milhões a R$ 40 milhões para fazer toda a rede de satélites para o Brasil. É pouco diante dos benefícios que poderá proporcional ao permitir informações adequadas – informa Aguiar.
Quando lançado, o projeto teve um orçamento previsto de R$ 5 milhões, que seria disponibilizado de emendas de parlamentares catarinenses.
De acordo com o industrial, o governo brasileiro, com restrição fiscal, está investindo na Agência Aeroespacial Brasileira uma verba anual de R$ 200 milhões. A argentina está investindo R$ 1 bilhão. De 10 grandes países, o Brasil é um dos que menos investem em defesa, observa Aguiar. Para ele, o país precisa dominar também a tecnologia de lançamento de foguetes.
Em 15 de abril de 2023, a Visiona, joint-venture entre a Embraer e a Telebras, lançou nanossatélite desenvolvido com participação do Instituto Senai de Sistemas Embarcados. Esse lançamento foi realizado pela SpaceX, de Elon Musk, nos Estados Unidos, por falta de condições no Brasil. O primeiro ano de trabalho do satélite (do tamanho de uma caixa de sapatos), no ar, atingiu os objetivos do projeto.
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