A votação do impeachment nesta sexta-feira, para eventual afastamento do governador Carlos Moisés e da vice-governadora Daniela Reinehr, é mais um dia triste para os catarinenses e para a história do Estado. O afastamento de um governo não é natural da política brasileira. Especialmente neste ano, esses processos de impeachment prejudicam os catarinenses porque afetam a imagem do estado, as finanças públicas e também a economia.
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Qualquer que seja o resultado do impeachment, Santa Catarina sai perdendo
Prejudicam a imagem do estado porque investidores, principalmente internacionais, preferem não instalar empresas onde não há uma gestão ética. Isso porque se as coisas não são feitas corretamente, todos são afetados.
Os processos prejudicam as finanças públicas porque a Assembleia Legislativa se apressou em votar o afastamento do governador, mas não votou a reforma da previdência do setor público, fundamental para reduzir o maior rombo nas contas do Estado.
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Em 2020, a despesa com previdência dos servidores públicos terá um déficit próximo de R$ 4,6 bilhões de reais e, no ano que vem, será ainda maior. Gastando mais para pagar aposentadorias e pensões para pouco mais de 70 mil beneficiados – aposentados e pensionistas -, sobra menos recursos para serviços aos 7,2 milhões de catarinenses.
E diretamente para o setor produtivo, o afastamento de um governo prejudica a economia à medida que a troca de lideranças acaba atrasando projetos e investimentos que melhorariam as condições para trabalhar no Estado.
Independentemente da legalidade ou não do aumento salarial aos procuradores do Estado, é uma medida questionável porque a categoria já tinha salário médio alto, de R$ 30 mil. Com a equiparação com os procuradores, os salários subiram para R$ 35 mil. Só para comparar, o salário real médio dos catarinenses em março deste ano, segundo o IBGE, estava em R$ 2.548.
Os processos de impeachment são políticos, legais e importantes em casos de corrupção, mas para a vida dos catarinenses, seria melhor que não fossem necessários. A escolha do atual governador, Carlos Moisés, por quase 72% dos eleitores, foi na esperança de não ter problemas de corrupção.
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