Palestrante principal do Data Driven Business (DDB), maior evento de dados para negócios da América Latina, o prêmio Nobel de Economia de 2022, Daniel Kahneman, falou sobre o que é a felicidade, disse que a produção de fake news vai aumentar ainda mais na próxima década e deu conselhos sobre como tomar decisões. Economista e psicólogo radicado nos EUA, Kahnenan se projetou mundialmente pelos seus conceitos sobre psicologia e tomada de decisão.
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A participação de Kahneman no evento foi no formato de entrevista a Rodrigo Barcia, diretor da Neoway, empresa que junto com a B3 realizou o evento. Questionado sobre o que é felicidade, ele disse que esse é um tópico muito amplo. Uma das formas de considerar felicidade é perguntar às pessoas se são felizes, se estão satisfeitas com as suas vidas.
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Uma outra alternativa é monitorar as pessoas da forma como vivem e perguntar como se sentem quando estão executando as ações. Segundo ele, normalmente quando se pergunta a alguém sobre felicidade, a pessoa fala do sucesso profissional, de ser rica e bem educada.
– Mas o que faz as pessoas serem felizes é a parte social, é estar com pessoas que amam, em quem confiam. Isso é uma coisa que nós testemunhamos – afirma Kahneman.
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Outro tema que ele abordou foi a difusão de informações nos tempos atuais, em função da internet. Disse que há 30 anos, nos Estados Unidos, por exemplo, tinha três importantes canais de televisão e todos divulgavam informações confiáveis. Atualmente, são centenas de fontes de informações e nem todas confiáveis.
Na opinião do prêmio Nobel, o avanço de fake news preocupa, mas esse é um problema que será bem maior na próxima década porque as tecnologias estão permitindo, cada vez mais, produzir informações falsas como se fossem verdadeiras.
Outro tema constantemente abordado por Daniel Kahneman é a importância sobre a tomada de decisão nas empresas. Segundo ele, entre os fatos que mais prejudicam a tomada de decisão é a limitação de informação e a pressa.
Citou como exemplo uma entrevista para emprego. O entrevistador ouve o candidato nos três primeiros minutos e logo tira uma conclusão. Daí, ao invés de continuar ouvindo, começa a avaliar a pessoa com base na impressão inicial. Isso pode levar a erros de decisão, alerta ele, ao apontar que ouvir mais e obter o máximo de informações é sempre o melhor.
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Ainda sobre a tomada de decisão, Kahneman disse que reuniões com esse objetivo precisam ser muito planejadas antes sobre o tema a ser abordado. Mas Se o CEO vai tomar uma decisão apenas ouvindo executivos, deve fazer essa consulta individualmente e não numa reunião, aconselhou.