Produtos importantes na alimentação, proteínas seguem com preços acessíveis no Brasil neste começo de 2024. As opções com preços médios mais baixos são as carnes de frango, suíno e ovos, enquanto a carne bovina se mantém em preço médio mais caro. A proteína cultivada, também conhecida como carne de laboratório, virá em breve para ajudar a diversificar a oferta desses produtos, com menos impacto para a natureza. A expectativa é de que em cerca de 10 anos estará sendo produzida em escala industrial, o que é um período curto quando se fala em pesquisa científica disruptiva.

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Essas projeções são do presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne SC), José Antonio Ribas Junior.

– O consumo de proteína animal no Brasil, quando comparado a alguns países classificados como desenvolvidos, é muito mais acessível e com preços muito convidativos. Há proteína com valor mais elevado como a da carne bovina. Contudo, outras têm um menor preço, tais como aves, suínos e ovos. Os fatores internos podem interferir na migração para uma ou outra espécie de proteína, mas continuará sendo acessível no Brasil desde que condições de macroeconomia permitam empregabilidade e renda – explica Ribas.

Como são produtos que dependem de oferta e procura, um dos fatores que mais impactam no preço das carnes é o custo da alimentação de aves e suínos. Por enquanto, a oferta de milho está satisfatória no Brasil, mas problemas climáticos estão afetando o transporte de milho dos Estados Unidos e elevando exportações do Brasil, o que pode resultar em preço maior no futuro e impacto no custo de carnes de suínos, aves e ovos.

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Os dados do IPCA, a inflação oficial do Brasil, mostram que nos últimos 12 meses, até novembro, diversas carnes tiveram queda de preços. A carne bovina teve redução média de preço de -9,29%, o frango inteiro de -7,43% e a carne suína de -2%. Somente os ovos tiveram alta média de 3,77%.

Proteína cultivada para o futuro

Um dos temas desse setor que mais despertam atenção é a proteína cultivada. O Grupo JBS está construindo prédio do JBS Biotech Innovation Center, no Sapiens Parque, em Florianópolis, para desenvolver unidade piloto desses produtos.

A equipe de cientistas já trabalha em pesquisas na área em prédio locado também no Sapiens. O projeto todo está orçado em US$ 62 milhões para quatro anos. A expectativa, segundo Ribas, é que esses produtos cheguem ao mercado em escala industrial num prazo de 10 anos.

– As proteínas como um todo atendem os diferentes consumidores e suas expectativas. O processo de criação de novas proteínas é uma destas e, possivelmente, esteja disponível em escala industrial em 10 anos. Tão importante quanto isto é entendermos que centros de pesquisa e desenvolvimento vão muito além de uma nova espécie de proteína, mas de melhoramento das já existentes como pudemos acompanhar nos últimos 40 anos como os trabalhos desenvolvidos pela Embrapa – observa Ribas.

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* Esta matéria foi atualizada às 17h20min do mesmo dia da publicação.

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