A série de quedas no preço do minério de ferro já acumula recuo de 30% em setembro e mais de 60% no ano. A quinta-feira registrou mais uma retração na China, acima de 8%, com o valor da commodity chegando próximo da marca de US$ 100 por tonelada, praticamente a metade das máximas de US$ 200 dólares, atingidas meses atrás. Para efeito de comparação, o alumínio atingiu a maior cotação em mais de uma década. Por sua vez, os preços do gás e futuros do carvão também registram patamares recordes.
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Mas isso não se reflete no preço do aço no Brasil, insumo feito de ferro que segue caro para as indústrias. Segundo fonte do setor, a causa da queda da cotação é a redução de consumo na China, estratégia do país para derrubar os preços mundiais do minério, o que não vai acontecer porque existe escassez. Oficialmente, o mercado trabalha com a hipótese de que as quedas são fruto das medidas da China para despoluir o setor industrial.
Mas além da redução de produção na China, há informações também sobre maior oferta de minério pela Austrália e aumento da produção interna chinesa.
Apesar dessas mudanças lá fora, a oferta de aço no mercado brasileiro continua limitada, com preços que subiram mais de 100% nos últimos meses. O que os grandes consumidores catarinenses estão fazendo é importar aço do exterior, onde estão conseguindo comprar mais barato.
Segundo dados da balança comercial de SC, acompanhada pelo Observatório Fiesc, as importações de aço do Estado subiram 7.000% em agosto frente ao mesmo mês de 2020. A maior parte vem da Turquia. Por enquanto, essas turbulências nos preços do minério de ferro acabam causando perdas nas receitas de exportações do Brasil.
Em SC, esses preços impactam positivamente na movimentação dos portos. Além de importar itens de aço, terminais do Estado também exportam minério de ferro. É o caso do Porto de Imbituba que, este ano, enviou ao exterior nos primeiros quatro meses 157.820 toneladas de minério de ferro, com destino à Turquia, Argentina, Holanda e Espanha. O exportador foi uma mineradora do Mato Grosso. Pelo cenário atual, tudo indica que o mercado de minério de ferro seguirá mais um longo período sofrendo com instabilidade.