Diante de milhares de residências e empresas alagadas em Santa Catarina em função das chuvas, uma pergunta lógica é: será que essas famílias e empresas têm seguro para cobrir esses danos? Não, porque o mercado brasileiro de seguros passou a não oferecer essa cobertura.
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A explicação formal do setor é que os seguros cobrem eventos não previstos, ou seja, eventuais. Aagamentos em determinadas regiões do país são previstos, então não entram nas coberturas. Contudo, a razão principal é que no Brasil acontecem muitas chuvas e alagamentos e isso coloca em risco a saúde financeira das empresas do setor.
Segundo o empresário Wolney Weber, sócio da corretora São José da Terra Firme, de São José, os seguros tinham cobertura para isso, mas suspenderam porque quando ocorrem esses sinistros são em muitos imóveis e as seguradoras não têm recursos para cobrir tudo. As que ofereciam anos atrás, concluíram que não tinham condições de seguir oferecendo os serviços em um negócio sustentável.
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Assim, a alternativa é não construir imóveis residenciais ou empresariais em áreas que alagam. Outra opção é fazer com uma estrutura no térreo que possa ser alagada, sem afetar o maior patrimônio da casa ou negócio. Mas em algumas cidades catarinenses, como em Taió, até o segundo andar foi alagado. Por isso, as previsões do tempo e o trabalho da defesa civil são fundamentais para medidas preventivas para preservar a vida e patrimônio.
Outro sinistro sem cobertura é a destruição de imóvel em função de deslizamento de morro próximo. Nesse caso, a opção é construir longe de morros.
Mas o seguro residencial cobre, por exemplo, vendaval, destaca Weber. Isso inclui os ciclones que acontecem em SC com frequência. Por isso, vale construir imóveis com estruturas fortes, para que não sejam destruídos por ciclones.
No caso de automóveis, os seguros têm cobertura para danos causados por águas. Se o carro ficou totalmente submerso, o seguro paga como perda total.
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Apesar de os seguros não cobrirem alagamentos para imóveis, vale a pena ter seguro residencial, que não é caro, e também o seguro empresarial. O residencial custa, em média, R$ 400 por ano. Se optar por furto, sobe para R$ 700 ao ano.
Conforme Weber, o seguro residencial cobre uma série de sinistros que envolvem uma moradia. O completo oferece cobertura para incêndio, raio, explosão, vendaval, roubo, vazamentos de água, danos em eletros devido a raios, responsabilidade civil (acidente doméstico de pessoas), impacto de veículos (quando veículo bate na casa) e auxílios em reparos domésticos (ajuda para trocar peças).
Como está a adesão a seguros no país
Apesar da importância dos seguros, a adesão ainda é baixa no Brasil. Levantamento feito pela Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) apontou que no período de 2017 a 2021, houve crescimento de 25% no total de contratos. Passou de 13,6% para 17% das residências.
A Região Sul é onde as famílias mais fazem seguro residencial: chega a 29,7% do total. Mas considerando o ranking nacional de estados, Santa Catarina ficou em terceiro lugar nessa pesquisa com 27,1%. Atrás do Rio Grande do Sul, com 38,6% e São Paulo, 29%.
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Embora mais popular, o seguro auto é feito por apenas 30% dos proprietários de automóveis no Brasil. Considerando todos os modelos de veículos, somente 18% têm seguro no país. Isso mostra, de um modo geral, que o brasileito prefere economizar e correr risco, do que destinar recursos para seguros. Também revela que a renda das famílias ainda é baixa para atender todas as demandas.
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