Enquanto a maior parte da energia elétrica do Brasil vem de fontes de geração limpa, com 75% procedente de usinas hidrelétricas, eólicas e solares, cerca de 25% tem origem em usinas térmicas, que estão em transição tecnológica para redução de emissões de CO2. A esperança de que a tecnologia vai mudar o setor em alguns anos é a principal motivação de lideranças catarinenses que cobram um apoio do setor público para uma solução de continuidade do complexo termelétrico Jorge Lacerda, em Capivari de Baixo, diante da decisão da Engie Brasil Energia de não usar mais esse minério para geração.

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Ministro informa plano para manter o setor carbonífero em atividade em SC

A expectativa é de alguma pesquisa mundial encontre a solução para eliminar as emissões do setor até 2035, isto é, daqui a 15 anos. Também está sendo buscada solução para eliminar as emissões da geração a gás natural, embora sejam menores, informa o presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral, Fernando Zancan. Por isso são setores energéticos em transição tecnológica, que recebem investimentos elevados em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Na última década, em Santa Catarina, por meio de laboratórios da Universidade Satc, já foram investidos R$ 27 milhões em pesquisa e desenvolvimento visando a redução de emissões. Os recursos vieram do governo do estado, Fundação de Amparo à Tecnologia e Inovação de SC (Fapesc) e da Eletrobrás.

As usinas térmicas, embora com participação menor, fazem parte da parcela de geração segura, isto é, independentemente de problemas climáticos, elas geram energia quando acionadas. Qualquer país precisa de geração segura para não ficar sem energia eventualmente, devido a problemas que, no caso brasileiro, pode ser falta de chuvas.

É o momento atual que, devido ao baixo nível de chuvas, as térmicas estão gerando e o consumidor paga bandeira tarifária vermelha, a mais cara. Eventual fechamento da Jorge Lacereda, que gera 857 MW, vai acabar com as atividades econômicas do setor carbonífero em SC, que gera 21 mil empregos diretos e indiretos. O setor aguarda para hoje a publicação de uma portaria pelo Ministério das Minas e Energia que criará uma comissão para discutir o futuro do setor.

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