Santa Catarina fechou o primeiro bimestre do ano com saldo positivo de 23.118 novas empresas, 8,7% a menos do que no mesmo período de 2021, quando o saldo ficou em 25.323. Considerando o tamanho, predomina o Microempreendedor Individual (MEI) devido às características e ritmo da economia brasileira, afetada pela pandemia e recessão.
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Do total de empresas abertas no primeiro bimestre do ano, 78,6% foram de Microempreendedores individuais (MEIs) e o setor que predominou foi o comércio. Em 2021, o Estado registrou um saldo de 138 mil novas empresas, alta de 19% frente ao ano anterior. E do total de negócios abertos, 78,6% também foram de microempreendedores individuais.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Economia, foram abertas mais de 4 milhões de novas empresas no ano passado, 20% a mais do que no ano anterior. Isso significa uma expansão muito parecida com a de Santa Catarina. O Amapá apresentou o maior percentual de empresas abertas, com um crescimento de 40,9% em relação a 2020.
O elevado número de MEIs mostra a dificuldade da economia brasileira de gerar empregos formais, o que se agravou com a pandemia e, agora, com a inflação alta. Diante da falta de boas oportunidades de emprego, as pessoas decidem empreender para ter uma melhor posição no mercado formal.
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O negócio próprio pelo MEI permite, com o pagamento de uma baixa tributação, ter um mínimo de seguridade social – INSS e auxílio-doença. Com CNPJ, a pessoa também pode contrair financiamentos e prestar serviços inclusive para grandes empresas públicas ou privadas.
Uma parte dos trabalhadores opta por ser autônomo porque pode trabalhar em casa, com mais liberdade de horário, ou, também, consegue remuneração maior do que se fosse empregado na função que desempenha. Isso inclui desde profissional de tecnologia, que acaba prestando serviços para diversas empresas, até costureiras e outros profissionais.
Mas, no geral, o elevado número de MEIs acontece porque a economia formal não oferece empregos suficientes em função do baixo nível de atividade ou porque considera caro demais gerar um emprego formal. É por isso que em Santa Catarina, mesmo com baixa taxa de desemprego, é grande o número de novos MEIs.