Com encontro com presidente chinês Xi Jinping, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está encerrando dois dias de visita oficial à China, que ele considera a mais importante visita a chefe de estado do seu governo por ser ao principal parceiro comercial do Brasil. O objetivo foi assinar 15 acordos bilaterais para aproximar ainda mais as duas economias e dar uma certa “cutucada” nos EUA, mercado preferido do seu antecessor, Jair Bolsonaro, onde Lula teve viagem não tão produtiva.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
A visita à China não só é importante para o Brasil, mas também para Santa Catarina, que tem sua economia entrelaçada com a chinesa, especialmente nas importações. O gigante asiático deixou de ser o maior mercado externo de SC na pandemia, quando os EUA voltaram a liderar, com mais compras de industrializados do Estado. Mas é, disparado, o maior parceiro nas importações.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do país, as exportações do Estado para a China no primeiro trimestre deste ano alcançaram US$ 344 milhões, com crescimento de 27% frente ao mesmo período de 2022, sendo 12,9% do total faturado pelo Estado lá fora. As importações somaram US$ 2,8 bilhões, com queda de 3,5% e respondendo por 39,6% do total comprado pelo Estado no mercado externo.
As maiores exportações têm sido do agronegócio, em especial carnes suína, de frango e soja. Mas SC também vende produtos industrializados e tecnologia. Um importante negócio recente foi assinado entre a estatal chinesa State Grid e a empresa i3C, de Joinville, para fazer gestão à distância de estoques das unidades da empresa no Brasil.
Continua depois da publicidade
Nas importações, os vínculos de SC com os chineses são grandes. O país é o maior fornecedor de insumos industriais para o Estado e, também, faz produtos industrializados para marcas catarinenses. É fornecedor de uma série de produtos tecnológicos e outros para firmas estaduais.
Multinacionais catarinenses têm fábricas ou escritórios de negócios na China. Nesse grupo estão a WEG, Nidec (Embraco), Schulz e Intelbras. Vale lembrar que a Embraco, de Joinville, foi a primeira empresa brasileira a abrir uma fábrica na China, em 1995. Em 2019 foi adquirida pela japonesa Nidec, mas tem naquela unidade um dos seus maiores polos de produção de compressores.
O setor industrial do Estado gostaria de exportar mais para o mercado chinês, especialmente itens de maior valor. Além disso, empresas chinesas já investem no Estado e estão anunciando mais projetos. Alem disso, grupos do país asiático estão entre os que têm potencial para investir em infraestrutura no Estado, em especial em ferrovias.
Um dos fatos que preocupam a diplomacia brasileira são algumas falas do presidente Lula mais a favor da China no caso de temas que rivalizam com os EUA, como a aproximação com a gigante de tecnologia Huawei (já parceira do Brasil) e a defesa de outra moeda como padrão mundial. O desejo de Santa Catarina é de uma diplomacia equilibrada para ter tranquilidade nos negócios.
Continua depois da publicidade
Leia também
Investimentos em SC: mais de R$ 1 bilhão no Prodec e internet rural
Coreana LG vai instalar fábrica em SC
Varejo ampliado de SC cresce 5,2% em janeiro, apura o IBGE
Projeto do Roteiro Turístico Caminhos da Neve é aprovado no Senado