Aberta neste domingo em Glasgow, Escócia, a COP26, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas resulta em novas medidas para o Brasil e Santa Catarina. O evento tem dois objetivos principais: mobilizar os países para zerar emissões de carbono até 2050 e conter o aumento da temperatura na terra abaixo de 1,5ºC frente a níveis pré-industriais. O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Joaquim Leite, anunciou nesta segunda-feira o aumento da meta de redução de emissões pelo país, de 43% para 50% até 2030. Isso exigirá medidas para conter mais o desmatamento.

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Na cúpula, que vai até o dia 12 deste mês, o governo brasileiro será representado pelo ministro Joaquim Leite, o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e outros ministros. Além disso, o país participa com comitiva de 14 governadores integrada também pelo catarinense Carlos Moises e um grupo de empresários.

O governador de Santa Catarina embarcará para a Escócia sábado (6) e retornara dia 11. Ele vai defender uma transição mais gradual do fim da geração de energia com carvão mineral no Estado. Isso para maior segurança energética do Brasil no médio prazo e manutenção de empregos pelo setor carbonífero na região.

Moisés também vai firmar o compromisso de Santa Catarina com políticas de redução de emissão de gases do efeito estufa. A expectativa é de que seja algo parecido com as metas do Brasil, anunciada hoje, de 50% até 2030 e de 100% até 2050. Os percentuais estão sendo definidos pelo governo, mas o Rio Grande do Sul anunciou essas metas mês passado.

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E o setor empresarial brasileiro marca presença na conferência para pressionar pela redução do desmatamento no país para não perder mercado e, também, para minimizar eventos climáticos. Cientistas afirmam, por exemplo, que secas e tornados mais frequentes em SC são causados pelo desmatamento na Amazonia. Um dos efeitos da queima de florestas é a redução dos “rios voadores” que trazem umidade para outras regiões do país.

Outra novidade esperada na COP26 é a definição de um mercado oficial de créditos de carbono no mundo. Essa proposta será defendida pelo Brasil porque o país tem florestas e lavouras que podem ser contempladas com esses créditos, tanto para o mercado interno, quanto para exportação.

A conferência é uma oportunidade para o Brasil reforçar os compromissos de redução de desmatamento, preservação da natureza e difusão de alternativas de negócios voltados à sustentabilidade. E a revoada de governadores para a Escócia em grupo liderado por Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo, que falará no evento sobre o consórcio Brasil Verde – um movimento para contrapor o descaso do governo federal na área – mostra que o tema “preservação ambiental” entrou na pauta política e será relevante na campanha eleitoral do ano que vem.