Inflação alta é um problema relevante na trajetória da economia brasileira. Atualmente, apesar dos controles adotados pelo Banco Central com as metas, a pressão nos preços aparece com mais força no Brasil do que em outros países. As causas são diversas, mas o governo e BC também têm culpa.
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No meio de 2020, a previsão de inflação anual para o Brasil não chegava a 2% quando a meta era de 4%. Depois disso, os preços começaram a subir acima do esperado em função do aumento de matérias primas, commodities e alimentos. O problema se agravou este ano com a retomada do crescimento econômico pós-pandemia no mundo todo.
São fortes as pressões nos custos de combustíveis e energia, com capacidade de disseminação. Em média, a gasolina e o diesel subiram mais de 25% nos sete primeiros meses deste ano. Tem o choque das commodities, que afeta preços das carnes e outros alimentos cotados em dólar, e as questões climáticas. O país enfrenta seca e teve geadas no Sul, que também impactam preços de alimentos.
Existe ainda o problema político, com um presidente que planeja gastos acima do que as condições fiscais permitem e cria conflitos com poderes, que impactam no dólar. Para analistas, sem esses conflitos, a moeda americana estaria um pouco acima de R$ 4,00 e não acima de R$ 5,00.
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Além disso, o Banco Central deveria ter sido mais previdente e iniciado a alta da taxa básica de juros Selic para conter a inflação meses antes. O cenário segue com preços pressionados, apesar de dois novos fatores que podem causar recuo: o avanço da variante Delta da Covid-19 no mundo e o risco de racionamento de energia no último trimestre deste ano no Brasil. Enquanto a meta da inflação do ano é 3,75%, a taxa subiu 8,99% nos últimos 12 meses e a expectativa é de que feche 2021 em mais de 7%.