Enfim, após mais de três décadas de apelos de economistas e de outras lideranças da área econômica, o Congresso Nacional aprovou e o presidente Jair Bolsonaro sancionou quarta-feira a lei que dá independência ao Banco Central do Brasil (BC). Essas novas normas evitam a interferência política na economia, o que dá liberdade à autoridade monetária buscar inflação baixa, que resulta, também, em juros menores. Isso é bom para a economia e protege os mais pobres.

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É lamentável que essa medida tenha demorado tanto para ser aprovada no país. Isso porque a república e as instituições do Brasil imitam muito as dos Estados Unidos. E lá, o Federal Reserve (FED), banco central deles, é autônomo, com diversas missões, sendo a principal o controle da inflação.

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Entre as novas regras de independência do BC estão os mandatos fixos do presidente e diretores da instituição, sem que coincidam com os mandatos da presidência da República. Com isso, o governo terá que atuar três anos com um banco central dirigido por técnicos nomeados pelo presidente anterior. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a lei aprovada permite um maior equilíbrio de forças e que o foco da instituição será a estabilidade de preços.

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Segundo ele, países que têm banco central autônomo contam com inflação mais baixa, menos variável, o que permite melhores condições para a economia. A independência do BC também oferece maior confiança a investidores privados atuarem no país. Mas o eixo principal mesmo é uma mão firme no controle da inflação, impedindo governos de adotarem medidas populistas para vencer eleições. Quem mais vai ganhar com isso são os mais pobres, que ficarão protegidos de grandes oscilações inflacionárias que tiram o poder de compra e terão economia mais estável, o que significa mais emprego e renda.