Oportunidades para todos, transporte de qualidade, bairros com centralidade, mais parques ecológicos, apoio aos setores de tecnologia e turismo o ano todo.
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Essas são prioridades apontadas por moradores de Florianópolis na pesquisa sobre como eles enxergam a cidade, denominada “Florianópolis aos olhos da população hoje e no futuro”, uma iniciativa do Movimento Floripa Sustentável, para pensar estrategicamente a cidade.
Foram feitas perguntas considerando quatro eixos prioritários: Crescimento econômico, Desenvolvimento social, Preservação ambiental e Planejamento urbano.
Questionados sobre que nota dariam para a cidade, a média ficou 8,4 antes do questionário e 7,9 depois. Foram ouvidas 702 pessoas, dentro de critérios técnicos por idade, faixa de renda e outros, sendo 600 moradores e 100 que apenas trabalham ou estudam na capital de SC. A pesquisa foi feita pelo Instituto Mapa entre 26 de maio a 22 de junho deste ano e tem margem de erro de 3,7%.
Sobre o tema Desenvolvimento social – inclusão e habitação, 93% concordaram que o desenvolvimento de Florianópolis só vai acontecer se houver inclusão social, isto é, oportunidades para todos. Ainda nesse tema, questionados se cada bairro da cidade deveria ser misto, com todas as classes sociais, 82% responderam sim. E sobre habitação, 60% disseram que já falta moradia na cidade.
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Sobre crescimento econômico – inovação e tecnologia, 87% responderam que consideram Florianópolis uma cidade inovadora, mas somente 52% avaliaram que tecnologia e inovação estão acessíveis a todos em Florianópolis. Mas 95% informaram estar dispostos a adotar novas tecnologias para melhorar a qualidade de vida de todos.
Quanto ao meio ambiente, a pesquisa apurou que 69% acham que o setor público dá pouca importância a esse tema e 94% entendem que a cidade deveria ter mais parques naturais e áreas verdes.
Nas perguntas sobre planejamento urbano e mobilidade, somente 50% revelaram que acham que o transporte público atual atende bem a população. Em contrapartida, 94% informaram que estão dispostos a usar mais transporte público se puderem contar com serviço de qualidade.
Para desenvolver o turismo, segundo a pesquisa, 84% acham que a cidade precisa de espaços para receber grandes eventos, 70% defendem construção de marinas, 77% gostariam que a cidade recebesse navios de turistas e 93% consideram necessário preservar o patrimônio histórico.
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Apesar de Florianópolis ter fama de ser a capital mais segura do país, 76% apontaram que falta policiamento nos bairros, 87% responderam que as drogas correm soltas no município e 97% consideram perigoso consumir bebida alcoólica e dirigir.
A pesquisa foi apresentada e debatida em evento na sede do Sebrae-SC, com a participação de autoridades e painelistas. Entre os presentes, os coordenadores do Movimento Floripa Sustentável e anfitriões Gerson Schmitt, Daniel Leipnitz e Luiz Gonzaga Coelho, o prefeito Topázio Netto, o diretor de comunicação do movimento, Roberto Costa e a secretária do município, Zena Becker.
O painel contou com a participação do urbanista e ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi; do relator do Plano Diretor no Conselho da Cidade, Vinícius Loss; e do professor de Engenharia da Gestão do Conhecimento da UFSC, Hans Michel Van Bellen.
– A pesquisa mostrou que, em geral, as pessoas acham a cidade bacana, ela caminha com desenvolvimento econômico positivo e sustentável. E a reclamação principal e sobre mobilidade, que apareceu mais do que na pesquisa anterior, de 2019. A luz no fim do túnel é que as pessoas estão valorizando mais o transporte coletivo do que na pesquisa anterior – avaliou o prefeito Topázio Netto.
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Para o empresário Gérson Schmitt, o cruzamento de dados dessa pesquisa é muito importante para chegar a algumas conclusões. Uma aponta para a necessidade urgente de aprovação do plano diretor.
– Ao mesmo tempo em que o problema da mobilidade se destaca, duas outras variáveis aparecem. Uma é o índice de desenvolvimento econômico e de qualidade de vida que Florianópolis oferece e outro é, nas respostas espontâneas, que indicam a necessidade de centralidade dos bairros, o que vem sendo proposto no plano diretor – afirma Gérson Schmitt.
O empresário Roberto Costa, que acompanhou a realização da pesquisa, avalia que a pesquisa surpreende em muitos aspectos. São cerca de 400 perguntas que mostram uma população satisfeita com a sua cidade, mas atenta com o futuro.