Um morador da Noruega, país com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo, consome 23 MWh (megawatt-hora) de energia por ano e tem expectativa de vida de 82 anos. Uma moradora do Níger, país de pior IDH, tem expectativa de vida de 62 anos e quase zero de consumo de energia. O presidente da Tupy, Fernando de Rizzo, usou na sua palestra do Fórum Radar Reinvenção, realizado pela Federação das Indústrias (Fiesc), um mapa da pobreza energética para alertar que, apesar do avanço das tecnologias, os problemas reais da grande maioria das pessoas no planeta dependem de empresas do mundo físico e suas inovações para serem resolvidos.
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– As soluções dos problemas que realmente existem na sociedade, hoje, como falta de saneamento, produção de alimentos com preço acessível, transporte e conservação, dependem, necessariamente, das empresas que estão no ambiente físico – alerta o executivo, ao destacar que nesse grupo entram empresas como a Tupy, que inova e domina metalurgias complexas que integram produtos que atendem essas grandes demandas globais.
Fernando de Rizzo alertou que o mapa da pobreza energética indica diretamente os diferentes níveis de qualidade de vida no mundo, o que comprova a maior longevidade nos países mais ricos. Na China, o consumo médio de energia é 4 MWh por ano e a expectativa de vida, de 77 anos; na Austrália, 10 MWh e 83 anos; no Brasil e México, cerca de 2,1 MW e 75 anos.
Segundo ele, o mundo busca soluções agora para preservar o clima na Terra, o que requer a geração de energia limpa, mas é preciso incluir também os países mais pobres. Isso porque, apesar das diferenças na infraestrutura, que garante 20 anos de vida ou mais aos mais ricos, os cerca de 7 bilhões de habitantes do planeta tiveram os mesmos desafios frente à Covid-19.
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– O que aprendemos na pandemia, é que somos um só. Somos 7 milhões de pessoas absolutamente conectadas. Só fomos conectados porque uma enfermidade ocorrida em um país apenas três meses depois interrompeu o mundo inteiro. O que sabemos é que temos necessidades em comum em todo o mundo – destaca o presidente da Tupy.
A multinacional, fundada em 1938 em Joinville, faz peças para indústrias de máquinas pesadas como tratores, caminhões, equipamentos para construção civil e outros. Ao mesmo tempo em que lida com metais complexos, inova em pesquisa e se associa com startups para acelerar transformações. Um dos últimos projetos envolve um projeto internacional de carros movidos a hidrogênio.
O painel, que teve mediação do Diretor de Inovação da Fiesc, José Eduardo Fiates, contou também com palestra da executiva Andréa Salgueiro, presidente da Whirlpool, empresa fabricante de eletrodomésticos das marcas Consul, Brastemp e Kitchen-Aid, com fábrica e centro de pesquisa em Joinville. Segundo ela, empresas que inovam sempre, em especial nas crises, saem fortalecidas quando essas se encerram.
– Priorizar a inovação hoje é a chave para liberar o crescimento no pós-crise – afirmou ela, citando a consultoria McKinsey.
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De acordo com Andrea Salgueiro, a pandemia mudou a forma de consumo de eletrodomésticos. Entre as ações da empresa nessa fase foi a realização de campanha para incentivar o equilíbrio do trabalho em casa, visando a redução da carga de trabalho doméstico para a mulher.
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