Em seu primeiro discurso no Congresso americano quarta-feira (28-04), embora tenha dado ênfase às ações de enfrentamento à Covid-19, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou a atenção em abordagem sobre educação. Deixou claro que os americanos precisam estudar mais para a economia do país seguir competitiva frente a outros países. Ele falou do pacote de US$ 1,9 trilhão para enfrentar a crise da pandemia, mas aproveitou para anunciar também megaplano de US$ 1,8 trilhão para a área educacional, com ênfase para ensino obrigatório a todas as crianças a partir de três anos de idade. A educação de qualidade e a pesquisa sempre foram pilares da economia americana. Esse novo plano pode ser referência para o Brasil traçar estratégia para melhorar a economia e vulnerabilidades sociais.
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Biden alertou que países concorrentes, em especial a China, estão avançando sem esperar pelos EUA. Segundo ele, é necessário incluir mais quatro anos de ensino aos americanos e dois devem ser na primeira infância. Além disso, defendeu que a educação seja algo permanente na vida das pessoas.
O presidente defendeu ainda mais pesquisas científicas, inclusive para curar o câncer. Os recursos da educação teriam, entre outras aplicações, verbas para famílias pagarem creche e para oferecer dois anos de graduação gratuita aos jovens em universidades comunitárias.
O dinheiro para esse investimento, o governo Biden pretende buscar com mais carga tributária aos mais ricos. O plano é voltar a cobrar 39,6% de Imposto de Renda aos mais ricos, que tiveram essa alíquota cortada para 37% em 2017 pelo governo de Donald Trump.
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A solidez da economia americana vem principalmente de inovações com impactos exponenciais geradas nas competitivas universidades do país. A partir da educação de alto nível desde cedo, os estudantes e pesquisadores têm capacidade de oferecer ao mundo soluções em produtos ou serviços em larga escala. Um exemplo, agora, acontece com vacinas contra Covid-19.
A educação de alto padrão em todas as esferas, começando na pré-escola para todas as crianças, é o caminho também para o Brasil dar um salto no desenvolvimento econômico e social. Além dos EUA, China, Coreia do Sul, Japão, Cingapura, Alemanha e outros países também têm na educação a base da geração de renda e riqueza. O descaso com a educação de qualidade é um grande problema do setor público brasileiro, nas três esferas de governo, apesar de, atualmente, as mudanças adotadas no Ministério da Educação atraírem mais críticas. O alerta e o megaplano de Biden deveriam motivar ações mais efetivas pela educação de qualidade no Brasil. No momento, as dificuldades para o retorno às aulas são semelhantes aqui e lá, mas a educação é estratégia de longo prazo.
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