A série com quase 200 mísseis lançados pelo  Irã contra Israel nesta terça-feira, 1º de outubro, deixou claro que uma guerra de maior proporção pode estar começando no Oriente Médio entre países rivais, podendo incluir os Estados Unidos no apoio aos israelenses. Esse conflito numa região petrolífera afeta a economia mundial, do Brasil e de Santa Catarina indiretamente com a alta do petróleo. Além disso, pode prejudicar empresas do agronegócio do estado que têm clientes na região e, de forma indireta, favorecer outros setores econômicos.

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Neste período em que o ataque do Hamas a Israel em 2023 está quase completando um ano – foi em 07 de outubro -, se esperava um acordo de paz ou o encaminhamento para o fim do conflito. Mas a situação ficou pior com a continuidade dos ataques entre Israel e o grupo palestino Hamas, com ataque de Israel ao grupo Hezbollah e ao Irã. Depois dos mísseis desta terça, as ameaças de respostas foram fortes e geram temor de uma guerra.

 Com a piora do conflito, o preço do barril de petróleo tipo Brent subiu nesta terça 2,6%, chegando a US$ 73,5 no mercado mundial e pode subir mais. Por enqunato, não é um preço alto se comparado com o praticado no começo da guerra na Ucrânia, quando o boicote amplo à Rússia chegou a elevar o barril para a casa dos US$ 130. Mas foi o suficiente para elevar as ações PN e ON da Petrobras em 2,67% e gerar acréscimo de R$ 12,9 bilhões em valor de mercado da empresa. 

A alta da Petrobras evitou variação negativa do Ibovespa, que subiu 0,51% nesta terça, na contramão das grandes bolsas mundiais. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York caiu -0,41%, o S&P 500 recuou -0,93% e a Nasdaq caiu -1,53%.

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A alta do preço do petróleo, caso avance e se sustente, gera reajuste dos preços dos combustíveis e inflação em todo o mundo, o que exige grande esforço de bancos centrais para conter preços e, assim, todas economias crescem menos, tanto internamente, quanto no comércio exterior.

O mundo desenvolvido recém está finalizando o esforço de controlar a inflação causada pela guerra na Ucrânia e problemas da pandemia Covid-19. Esse desafio também foi enfrentado pelo Brasil, que teve inflação alta em 2022 e 2023, impactada pela guerra na Ucrânia. Agora, tem essa pressão no petróleo.

Além disso, Santa Catarina pode ser diretamente afetada pelos negócios do agro. A maioria dos países do Golfo Arábico é importadora de carne de frango do Estado. O Irã costuma comprar milho de SC e exportar fertilizantes, embora não seja um parceiro comercial relevante.

No período de janeiro a agosto deste ano, Santa Catarina exportou para o Irã US$ 27,9 milhões, 211,5% mais que nos mesmos meses de 2023. As importações foram de US$ 969 mil, 45,3% de crescimento na mesma comparação.

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Para Israel, SC exportou este ano US$ 9,18 milhões, 34,2% mais do que no mesmo período de 2023. As importações somaram US$ 74,5 milhões, alta de 6,7%.

Alguns efeitos positivos na economia

O avanço desses conflitos no Golfo Arábico e continuidade da invasão da Rússia na Ucrânia gera alguns impactos positivos para determinados mercados. No caso do Brasil e SC, mais empresas podem decidir investir por aqui para poder trabalhar numa região de paz e próximas de fornecedores.

Tem também impacto positivo ao turismo ocidental. Mais pessoas do Ocidente, da Europa e das Américas evitam zonas de conflito e fazem turismo nas suas respectivas regiões ou em outros países desses continentes, aquecendo o setor de serviços.

Agentes de viagens disseram que nunca a Europa recebeu tantos visitantes. E o número maior de turistas estrangeiros em SC, em especial europeus e americanos também pode ser resultante dos impactos das guerras. Ninguém que ir para a Rússia, Ucrânia, Israel, Líbano e Egito, e correr risco de sofrer um ataque ou passar dificuldades.

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No primeiro ano do conflito no Oriente Médio, que se completa este mês, os impactos na economia global foram muito menores do que os causados pela invasão da Rússia na Ucrânia, que afetou o petróleo no mundo e o setor energético da Europa. Caso o acirramento no Oriente Médio resulte em guerra regional, vão ocorrer impactos negativos na economia mundial de um modo geral, mas, talvez, menos relevantes que os da guerra na Ucrânia.

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