Maior produtor de carne suína do mundo – cerca de 50% do total – a China enfrenta dificuldades para controlar surto de peste suína africana. A doença, segundo fontes do setor no gigante asiático, estaria causando perda de aproximadamente 18% do rebanho do país. Como é um grande consumidor, está elevando o preço da tonelada do produto no mercado mundial.

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Neste ano, já subiu cerca de 30% em dólar e há quem ache que pode subir mais. Mas a China e a Ásia enfrentam também gripe aviária, embora com perdas menores. Por isso, os preços da carne de frango subiram em torno de 10% no mercado mundial.

Esses dois problemas sanitários elevam os preços de todas as proteínas no mundo e devem afetar, em menor proporção, também o consumidor de Santa Catarina e do Brasil. As carnes de suíno, frango e bovina, além de derivados, podem ter alta de preços nos próximos meses. 

Como ocorre numa situação dessas, o primeiro impacto é na bolsa. Na B3, ex-Bovespa, em SP, as ações da BRF tiveram alta de 32,6% neste mês, até dia 26, passando de R$ 23 para R$ 30,5; e as da JBS subiram 19,4%, de R$ 16,23 para R$ 19,32.

Com preços melhores no exterior, as agroindústrias estão exportando mais. Assim, podem recuperar os dois anos de prejuízos que tiveram em 2017 e 2018 com a Operação Carne Fraca, greve do transporte e outros problemas.

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Compra de frigorífico

A Seara, empresa catarinense que é o braço da JBS em carnes nos segmentos de suíno e frango, além de alimentos preparados, aproveita os bons preços lá fora para investir. Anunciou a compra da Adelle Indústria de Alimentos de Seberi (RS), por R$ 235 milhões. Segundo a presidente da Seara, Joanita Karoleski, trata-se de uma das plantas de suínos mais modernas do Brasil. O fechamento do contrato ainda depende do Cade.