A falta de chuvas impõe perdas à agricultura de Santa Catarina e do país. A causa principal é o fenômeno climático La Niña. Em SC, lavouras do Oeste já perderam mais de R$ 1,5 bilhão em receita devido à queda na produção, informa o secretário de Estado da Agricultura, Altair Silva. Na próxima quarta-feira, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, vai visitar lavoura em Chapecó e terá reunião com o governador Carlos Moisés e autoridades, às 16h, no centro de eventos Plínio de Nês, para falar sobre ajuda a agricultores.
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A colheita recorde de grãos prevista para o Brasil na safra 2021/2022 é de 291 milhões de toneladas, segundo a estimativa de dezembro da Conab. Como as regiões Sul e Centro-Oeste do país são atingidas pela seca e o Nordeste, pelas chuvas, o mercado já reconhece perdas no total estimado, embora ainda sem projeção oficial.
– Na região atingida pela falta de chuvas no Estado, as perdas em lavouras de milho são de 30% a 40% e da soja, na faixa de 20%. A área afetada começa em Campos Novos de forma leve e vai se acentuando à medida que vai em direção à Argentina. Os pontos mais críticos são os que custeiam o Rio Uruguai, incluindo municípios como Chapecó e Concórdia – explica Altair Silva.
A seca atinge com frequência o Oeste de SC. Para colaborar na redução dos impactos nas propriedades, o Estado lançou em 2021 um programa de R$ 300 milhões, em três anos, para incentivar investimentos na serva de água em propriedades. Conforme o secretário, foram investidos R$ 100 milhões ano passado em projetos que reduziram, este ano, a demanda de entrega de água por caminhões.
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Diante da continuidade do problema, o governo estadual decidiu aportar mais R$ 50 milhões, totalizando R$ 150 milhões para 2022. Altair Silva observa que é um programa “de pai para filho” porque o produtor paga apenas a metade do investimento em cinco anos. O governo oferece também, pelo programa Reconstrói SC, acesso a R$ 10 mil para capital de giro, tendo que devolver 50% disso.
Para o secretário de SC, considerando todas as perdas de produção de grãos no país em função da seca, as perdas na produção poderão ficar perto de 20%. Esse recuo reduz expectativas de preços menores para alimentos no Brasil este ano, especialmente de grãos, óleo e carnes. Isso após a população enfrentar inflação superior a 10% em 2021.