As chuvas que não param de cair em Santa Catarina desde outubro já causaram prejuízos superiores a R$ 5 bilhões, segundo estimativa do Estado informada pelo governador Jorginho Mello nesta sexta-feira. Desse total, R$ 4 bilhões são de perdas da agropecuária, embora não esteja tudo contabilizado. Num primeiro levantamento em outubro, a Epagri, empresa de pesquisa agrícola e extensão rural do Estado, apurou prejuízo de R$ 1,6 bilhão em 49,2 mil propriedades rurais. Para enfrentar as perdas do agro, será necessária uma linha de crédito federal acessível e de longo prazo, avaliam entidades do setor.

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De acordo com o presidente da Organização das Cooperativas de Santa Catarina (Ocesc), Luiz Vicente Suzin, as entidades do agronegócio do Estado estão conversando sobre isso e vão encaminhar um pleito à secretaria de Estado da Agricultura e, depois, o governo estadual deverá levar ao governo federal.  

– Hoje, temos uma ação bastante forte dos governos dos municípios e do Estado, mas acho que a única solução seria do governo federal. É preciso criar uma linha de crédito com juro baixo e prazo de dois a quatro anos para dar uma recuperada, uma capitalizada nas propriedades rurais. Sem isso, vai ser muito triste porque sem produção um país não sobrevive – alerta Luiz Vicente Suzin.

Segundo ele, é preciso recuperar o solo, fazer a correção para os próximos plantios porque para a safra 2023-2024 muitos agricultores não terão mais tempo para plantar no prazo. Por isso, será uma safra perdida.

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Além disso, Suzin alerta que os produtores também precisam de dinheiro para honrar seus compromissos junto a bancos, junto a cooperativas. Despesas que fizeram para plantar a safra. Também precisam recuperar propriedades afetadas pelas chuvas.

– Viemos de uma safra 2022 -2023 boa, mas foi plantada com um custo alto. Mas na hora das vendas os preços caíram muito. A saca da soja chegou até R$ 190 na safra anterior, mas nessa última caiu para R$ 120 ou R$ 130. O milho que chegou a R$ 80 ou R$ 90, recuou para cerca de R$ 50. O produtor ficou descapitalizado. Nesta safra seria a oportunidade de ganhar dinheiro, mas aí veio a chuva – observa Suzin.

Entre as culturas com mais perdas estão o trigo, o milho, a cebola, o fumo a maçã, outras frutas e horticultura. Conforme o presidente da Ocesc, está sendo praticamente impossível colher o trigo e plantar milho. Essas duas safras terão prejuízos elevados. A maçã é afetada porque com muita chuva não ocorre a polinização. O plantio da soja também está sendo prejudicado. E o problema acontece em praticamente todas as regiões do Estado.

Além das lavouras e pomares, muitas propriedades perderam animais, produção de leite, pastagens, equipamentos agrícolas e tiveram casa e galpões danificados. As reconstruções e reposição de máquinas também requerem recursos.

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