A Amanco Wavin, multinacional do setor de tubos, conexões e outras soluções para instalações hidráulicas, vai destinar a maior parte dos investimentos de R$ 200 milhões que faz este ano para as fábricas de Joinville (SC) e Sumaré (SP). A informação é do novo presidente da companhia, Sergio Costa, que assumiu em agosto, sucedendo Daniel Neves. Ele destaca que a empresa cresceu 56% em vendas em 2021 frente ao ano anterior e investe para crescer o dobro do mercado este ano.

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Com fábricas também em outros estados, a Amanco Wavin integra o grupo mexicano Orbia (ex-Mexichem), que é controlador da Wavin, marca europeia líder global na área de produtos para instalações hidráulicas. Além de investir em pesquisa e desenvolvimento no país, a empresa traz tecnologias de fora, como um serviço que reduz em 30% as perdas de água potável em cidades, que no Brasil chega a 40%.

Engenheiro químico graduado pela Universidade de São Paulo (USP) com pós-graduação em Finanças na Universidade de Stanford (School of Business), Sergio Costa já foi líder de negócios em outras multinacionais no Brasil como a Osram, Philips e Signify (Philips Iluminação). Segundo ele, o trabalho na Amanco Wavin será focado na busca de crescimento e colaboração para as cidades serem mais sustentáveis. Confira a entrevista de Sergio Costa a seguir:

O senhor acaba de assumir a presidência da Amanco Wavin. O que vai priorizar à frente da empresa?

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– Seguiremos com a meta de crescer o dobro do mercado de construção civil e otimizar nossos processos produtivos. Dedicarei esforços, ao lado de toda a liderança e equipe da Amanco Wavin, para seguirmos expandindo a marca, entregando excelência por meio de nossos produtos e serviços, fomentando o uso de novas tecnologias com o intuito de construir cidades resilientes e sustentáveis, contribuindo para um país e um mundo melhor.

Em 2019, a multinacional mexicana Mexichem, holding dona da Amanco, decidiu adotar a marca Orbia e também mudou a marca brasileira para Amanco Wavin, incluindo esse nome global. O plano é adotar apenas Wavin?

– Não há planos nesse sentido. O nome Amanco já está consolidado no mercado brasileiro e a Wavin veio para reforçar os atributos da marca de solidez, tecnologia e inovação.

O ano de 2021 foi de crescimento acelerado para o setor de tubos, conexões e outros itens. Quanto a empresa cresceu ano passado e qual é a projeção para este ano?

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– A Amanco Wavin obteve no ano passado um crescimento em vendas e operacional superior a 56% em 2021. A Amanco Wavin tem focado em conquistar novos espaços dentro do mercado. Nosso crescimento foi extremamente expressivo e reflete nossos esforços em atrair novos clientes e consumidores com soluções mais modernas, sustentáveis e completas. Para esse ano, a marca pretende crescer o dobro do mercado de construção civil.

Quais são as expectativas da empresa para este e os próximos anos na área de saneamento?

– Vemos o novo marco regulatório como um impulsionador das parcerias público-privadas trazendo a possibilidade de introdução de novos serviços e tecnologias para atingimento das metas de universalização de água e esgoto, bem como a preservação dos recursos hídricos.

Por isso, nós, da Amanco Wavin, anunciamos recentemente a área de Wavin Services, com foco em dar suporte a prefeituras, governos e companhias de saneamento públicas e privadas. Um exemplo disso é o serviço de Gestão Eficiente de Redes de Água (Wavin Water Network Management), essencial para o controle e redução de perda de água pelas concessionárias, que oferece soluções de monitoramento, análise e diagnóstico dos sistemas de abastecimento de água.

Com ele é possível reduzir até 30% das perdas, o que é fundamental em um país que desperdiça 40% anualmente de seus recursos hídricos devido aos vazamentos de tubulações, segundo dados do Instituto Trata Brasil, que reúne as principais companhias do setor. Isso é muito impactante diante de 6,5 bilhões de metros cúbicos de água distribuídos por ano no País.

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Além de oferecer os serviços de WWNM, também disponibilizamos a tecnologia MND (Metódos Não Destrutivos), soluções desenvolvidas para fazer reparos com pouquíssima intervenção urbana, sem danificar o asfalto e, por consequência, sem atrapalhar a mobilidade dos cidadãos no dia a dia. Juntos, as duas tecnologias oferecem um pacote completo de soluções para as necessidades da infraestrutura de saneamento público.

Como está a demanda por sistemas de irrigação e quais são as expectativas no Brasil?

O setor de irrigação possui grandes oportunidades de expansão. De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), em 2021, o Brasil possuía 8,2 milhões de hectares equipados com irrigação. Porém, estima-se que o país chegue em 13,7 milhões de hectares até 2040, representando um crescimento de 250 mil/ha/ano.

A grande perspectiva é que a área de irrigação continue crescendo e conquistando mais hectares, porém para isso é necessário informar os agricultores sobre os benefícios que o sistema irrigado pode trazer aos seus cultivos. Um dos grandes impulsionadores do segmento é o Proirriga (Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido), que para a safra 2021/2022 aumentou os recursos disponibilizados para linhas de investimento, atingindo R$ 1,35 bilhão, destinado ao fomento da irrigação.

Com o crescimento do setor agrícola, os sistemas de irrigação se tornam cada vez mais importantes e a necessidade de investimento por parte dos agricultores é notória devido às vantagens que a tecnologia entrega. Dentre as tendências, destaca-se a expansão do uso da tecnologia, por meio da internet, no campo.

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Por meio da coleta de dados do solo, condições climáticas e cultivo, é possível aumentar a eficiência no uso da água, auxiliando na produtividade e na economia do recurso hídrico. Além disso, a busca constante por inovação nos produtos e serviços do segmento é indispensável quando falamos sobre o futuro da irrigação brasileira.

Nós, da Amanco Wavin, temos um grande portfólio de produtos que atendem diferentes necessidades dos agricultores e cultivos, como o Quickstream, Sillentium, Biax, Amanco Wavin CPVC Fire, Amanco Wavin CPVC Corzan e Amanco Wavin Super CPVC.

Quais são as projeções de investimentos da Amanco Wavin e onde os recursos serão alocados este ano?

– Para esse ano, a marca pretende crescer o dobro do mercado de construção civil. A Amanco Wavin é a maior operação (com atuação em um único país) dentro da Wavin Global. Parte do investimento de R$ 200 milhões para 2022 está sendo destinado à modernização das unidades em Joinville (SC) e Sumaré (SP), visando aumentar a capacidade da produção de conexões em 40%.

O avanço se dará por meio da mudança da estrutura de manufatura industrial das unidades, que otimizará os processos produtivos graças a máquinas mais tecnológicas trazidas de fora do Brasil. Esse investimento também está sendo alocado para o desenvolvimento de novos produtos e serviços e em Marketing e Inovação.

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Que produtos inovadores a empresa está trazendo para o mercado brasileiro a partir da sua líder global Wavin?

A Amanco Wavin investe no que há de mais recente em termos de tecnologia para o mercado da construção civil. Reconhecida pela inovação, a marca apresenta diversas soluções prediais e de infraestrutura, sempre com o objetivo de facilitar a instalação e trazer mais praticidade para o dia a dia dos clientes e consumidores.

O lançamento mais recente é a calha pluvial moldura para beiral, que conta com um projeto de realidade aumentada, que promete oferecer uma experiência digital aos consumidores, além de levar mais informações sobre o item. O novo produto possui o formato conhecido como moldura, diferente do modelo atual disponibilizado no mercado pela marca, com forma circular. Seu design diferente contribui para a estética das obras e reformas residenciais. 

Para o lançamento, a marca trouxe, pela primeira vez, o gato Joaquim, figura das peças de marketing que chega para aprovar a nova calha, fazendo alusão à especialidade dos gatos quando se trata do hábito de ficarem em cima de calhas e telhados residenciais.

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Outros produtos inovadores são o Ralo Linear, a Linha Amanco Fire Blazemaster para combate a incêndio, Linha Amanco Silentium PVC, Amanco Super CPVC FlowGuard e a Linha Amanco Gás, para transporte de GLP ou gás natural. A Gestão Eficiente de Redes de Água (WWNM) citado acima e as tecnologias MND (Métodos Não Destrutivos) são as duas frentes inovadoras desse novo setor da empresa.

A empresa investe em pesquisa e desenvolvimento no Brasil?

– Sim, do total de investimentos previstos para este ano destinamos 10% em P&D.

Na área de ESG, o que a Amanco Wavin destaca em projetos que desenvolve ou planeja?

Temos uma atuação muito forte em ESG, já que faz parte do nosso propósito trabalhar para construir cidades resilientes e sustentáveis. Temos diversos projetos de sustentabilidade e responsabilidade social, como inclusão de imigrantes e refugiados na equipe, apoio a reformas em casas para trazer dignidade à famílias em situação de vulnerabilidade, parcerias com organizações como a TNC para a recuperação de mananciais, etc. Também conquistamos, antes de 3 anos do previsto, a meta de zero destinação para aterros sanitários. Contribuir para um mundo melhor, sustentável e mais justo está no core da missão da Wavin.