Apesar de ter interesse especial no fortalecimento da indústria da construção civil, para a qual a maior parte dos recursos do FGTS é destinada, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) avalia que a liberação anunciada nesta quarta-feira (24) pelo governo federal, no curto prazo, é positiva porque abre a perspectiva de aquecer um pouco o consumo num momento em que a economia demonstra dificuldades para retomar o crescimento.
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A análise é do presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, que avalia também como positivo o anúncio junto com outras iniciativas, como o esforço para reduzir os custos da energia, o que é fundamental para a indústria.
— Ainda assim, para além de medidas pontuais, um crescimento mais consistente da confiança, e por consequência, dos investimentos e do consumo, passa pela confirmação da reforma da previdência, pelo avanço na discussão da reforma tributária, simplificando os impostos; pela redução do tamanho do Estado e pela diminuição da burocracia – disse Aguiar.
Fecomércio e FCDL elogiam medida, embora sem efeito de longo prazo
Quem deve ser mais beneficiado com a liberação de parte do dinheiro do FGTS é o varejo. A medida anima o setor em Santa Catarina, embora ele reconheça as limitações.
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Para o presidente da Federação das Empresas de Comércio de Bens e Serviços (Fecomércio-SC), Bruno Breithaupt, a medida é considerada positiva, mas sem efeito de longo prazo.
— A medida trará estímulo ao consumo, mas o aquecimento da economia só deve durar enquanto os recursos estiverem circulando no mercado. Como já observado em anos anteriores, nem todo dinheiro vai para o consumo. Parte deve ser alocada em outros investimentos, reduzindo o efeito multiplicador da medida na economia. Para um crescimento duradouro é necessário a retomada dos investimentos com estímulos a iniciativa privada, como a redução dos juros, reforma tributária e uma reativação robusta do mercado interno a partir de mecanismos de geração de emprego, renda e crédito – afirma Breithaupt.
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL/SC), Ivan Tauffer, afirma que é um dinheiro bem-vindo, que certamente dará um fôlego maior ao comércio catarinense.
— Embora o valor seja de até R$ 500, é suficiente para que o consumidor utilize para colocar as contas em dia – retomando o poder de compra – ou fazer novas aquisições, sobretudo de bens de menor valor de venda, mas que em quantidade auxiliarão a reaquecer a economia – afirma o lojista.
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