No primeiro debate após o início da campanha eleitoral de 2022, realizado pela rádio CBN Floripa, oito candidatos ao governo de Santa Catarina apresentaram propostas em sintonia com as prioridades econômicas apontadas por entidades do Estado. Mostraram ênfase em qualificação profissional, investimentos em rodovias e mais oportunidades de crédito.

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Participaram os candidatos de partidos com mais de cinco parlamentares no Congresso Nacional: Carlos Moisés (Republicanos), Décio Lima (PT), Esperidião Amin (PP), Gean Loureiro (União Brasil), Jorge Boeira (PDT), Jorginho Mello (PL), Odair Tramontin (Novo) e Ralf Zimmer (Pros).

Tema transversal para a qualidade de vida e desenvolvimento econômico, a educação profissional foi abordada por todos os candidatos. As propostas vão de ênfase à qualidade, nova rede de ensino técnico, mais institutos federais, pagamento de curso em universidade comunitária até bolsas a estudantes de baixa renda e outras.

Primeiro a abordar o tema, o candidato Odair Tramontin disse que, se eleito, vai priorizar ensino de qualidade voltado à profissionalização, para que as pessoas tenham uma alternativa de vida independente. Disse que o seu partido, o Novo, tem projetos com esse objetivo em Minas Gerais e Joinville, em parceria com entidades empresariais.

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Décio Lima afirmou que é preciso retomar em SC obras dos institutos federais de educação, após os 30 abertos em governos do PT. Prometeu ampliar a Universidade da Fronteira Sul, a UFSC e investir em tecnologia nas escolas. Sobre a formação técnica, disse que vai ouvir os empresários sobre o que os setores necessitam.

Jorginho Mello afirmou que, se eleito, vai fazer uma rede de 21 escolas técnicas, a Etesc, para ampliar a formação técnica de jovens no contraturno escolar. Falou também em aporte para estudantes não abandonarem a escola e prometeu pagar a mensalidade de curso superior para quem não tem renda suficiente.

Para o candidato Esperidião Amim, na educação é preciso aproveitar os recursos disponíveis, melhorando a formação de quem ensina (o professor) e do aprendedor (o aluno), que precisa de educação digital. Citou que tramita no Congresso o marco legal da educação digital e Santa Catarina pode ser número um nisso.

O candidato Ralf Zimmer afirmou que, se eleito, vai educar os alunos não só pelo emprego em Santa Catarina. Isso porque, hoje, a competição é global. O plano é oferecer ensino técnico em parceria com a Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), informou.

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Carlos Moisés, que disputa a reeleição, destacou que na educação a gestão dele elevou a remuneração do professor estadual com 40 horas para R$ 5 mil e criou a bolsa de estudos para alunos do ensino médio. Em função disso, cerca de 60 mil alunos recebem quase R$ 600 por mês. Falou também que no seu governo ampliou a oferta de bolsa de ensino superior no Estado, o que vai continuar.

Para Jorge Boeira, está claro que SC precisa avançar em qualificação profissional, mas isso significa usar a mente, que é avançar no aprendizado. Defendeu todas as crianças na escola em período integral e atendimento no verão, quando os pais precisam trabalhar na temporada turística. Ainda prometeu bolsa para todos que precisarem fazer graduação e não têm renda para pagar a faculdade.

O candidato Gean Loureiro, ex-prefeito de Florianópolis, lembrou o reconhecimento da educação do município como a melhor entre as capitais do país e citou um exemplo de gestão. Disse que quando assumiu havia déficit de 4 mil vagas em creches e, quando saiu, sobravam 2 mil. Se eleito, programa incluir ensino técnico na grade do ensino médio.

Mais infraestrutura logística

No debate, os candidatos ao governo que tiveram oportunidades de falar sobre propostas para logística, especialmente rodoviária, defenderam mais investimentos na área. Esse é um tema estratégico a todos setores econômicos do Estado, começando pelo agronegócio, passndo pela indústria, comércio e chegando aos serviços, com especial atenção ao turismo. 

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Carlos Moisés disse que quando assumiu, 74% das rodovias estavam classificadas como ruim ou péssimas. Agora, esse número recuou para 24% e o governo trabalha para atender as demandas.

Esperidião Amin elogiou a decisão de Carlos Moisés de investir R$ 465 milhões em obras em rodovias federais, disse que defende esse tipo de investimento, mas que os valores precisam ser abatidos da dívida do Estado junto à União. Lembrou que no primeiro mandato dele no governo, o Estado fez o trecho da BR-280 entre Canoinhas e Porto União (de 78 quilômetros).

Sobre ferrovias, Esperidião Amin afirmou que quando estava no governo fez o projeto para a estrada de ferro litorânea, mas outras gestões não deram continuidade. Carlos Moisés disse que que o governo está fazendo projetos, mas foi acusado de omisso por Amin, que destacou o fato de o ramal Chapecó-Cascavel, já licitado, ser de gestão federal.

Dinheiro acessível para investir

Outro ponto que chamou a atenção no debate da CBN Floripa foram propostas para diversificar a oferta de crédito aos empreendedores catarinenses. Apesar de o Estado ser líder em microcrédito e programas de juro zero, fortalecer a oferta de crédito significa ampliar a oportunidade de desenvolver empresas.

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Autor do projeto de lei do programa federal Pronampe, que oferece crédito mais acessível que a média do mercado para micro e pequena empresa, o candidato Jorginho Mello prometeu criar o Pronampe estadual e, também o Pronampe rural. Para isso, pretende utilizar a estrutura do Badesc, a agência de fomento de SC.

O candidato Décio Lima, que quando prefeito de Blumenau criou o Banco do Povo, programa de microcrédito para pequenas empresas formais e informais, se eleito, disse que vai lançar um banco estadual de crédito com esse objetivo. Segundo ele, o plano é oferecer crédito acessível para proteger o micro e pequeno empreendedor.

Esperidião Amin, que no segundo mandato iniciou a rede de agências de microcrédito em Santa Catarina, em 1999, disse que se eleito vai lançar um programa semelhante para apoiar os pequenos negócios.