ONS fala sobre o bom nível de água em usinas e lança ação ESG em SC

Após um ano de 2021 de muito trabalho para encontrar soluções de abastecimento de energia ao país na maior crise hídrica da história, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS) aproveita 2022 para avançar nos projetos de ESG. Nesta terça-feira, a cúpula da instituição lança em Florianópolis o “G”, do programa que traduziu em ASG+ (Ambiental, Social e Governança). O diretor-geral do Operador, Luiz Carlos Ciocchi, falou para a coluna sobre o bom momento hídrico nacional e sobre as ações ESG.

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– Começamos 2022 bem. Desde 2012 não tínhamos uma situação tão boa de reservação de águas. Os reservatórios do Sudeste estão numa situação bastante boa. Mais de 60% (nível de águas) para a época do ano é muito bom. Os reservatórios do Nordeste e do Norte estão numa situação muito boa, acima de 80% a 90% – informou Ciocchi.

Segundo ele, na Região Sul do Brasil o comportamento do clima foi diferente. Estava seco, preocupante, mas nos dois últimos meses o nível de chuva melhorou. Hoje, o volume de reserva das usinas está bom, avalia o diretor. É uma região que representa 10% da reserva nacional e é importante porque é grande consumidora de energia.

Por isso Ciocchi explica que diante dessa boa condição hídrica, em 2022 não será necessário acionar usinas térmicas por combustíveis fósseis, que geram energia mais cara. Ele destacou também que o custo da crise hídrica do ano passado foi todo pago por meio das bandeiras tarifárias, à vista, por isso não entrará nos próximos reajustes de contas de luz.

Fundado em 1998, o ONS é uma organização privada com cerca de 900 colaboradores, que tem a responsabilidade de coordenar e controlar as operações das instalações de geração e transmissão de energia elétrica do sistema interligado nacional. Conta com quatro unidades no Brasil, uma das quais em Florianópolis, onde tem mais de 100 colaboradores.

Governança para as pessoas

Para avançar nas metas de ESG, sigla inglesa para preservação ambiental, desenvolvimento social e governança empresarial, o ONS lançou programa com três dimensões, o AGS+, iniciais de ambiental, governança e social. As metas ambientais, o ONS + Verde, foram lançadas na unidade de Recife. A governança, isto é, o NOS + Humano será em Florianópolis e o ONS + Social será no Rio de Janeiro.

De acordo com o diretor-geral do Operador, Luiz Carlos Ciocchi, o objetivo, com a nova governança, é avançar na gestão de pessoas, para a empresa ser mais inclusiva em todos os aspectos. Ele avalia que até agora, o passo maior foi dado na valorização das mulheres, em

– Esse é, talvez, um dos itens mais importantes da nossa estratégia e um dos mais delicados. Falar de inclusão de mulheres é mais fácil, até porque a gente já tem uma quantidade bastante expressiva. Mas quando a gente vai falar da inclusão dos negros no nosso corpo de funcionários executivos, ainda estamos muito atrasados – reconhece ele, ao destacar que o ONS tem 37% de mulheres e empossou este ano Elisa Bastos na diretoria de Assuntos Corporativos, a primeira diretora da história da empresa. 

Outra prioridade, segundo o executivo, é respeitar as pessoas com orientações sexuais diferentes daquilo que os mais antigos consideravam normal. Para ele, é fundamental deixar par trás todo tipo de intolerância, quer seja sexual, política, religiosa, esportiva e outras.

– É importante para a empresa captar essa diversidade porque é exatamente na diversidade que a gente tem uma riqueza de visões de mundo, que fazem com que sejamos mais criativos e possamos atender de forma mais humana a sociedade em que a gente vive. Para nós, é importante ter essa riqueza integrada nas nossas características com respeito, humanidade e transparência para que a gente não tenha o dissabor de ter pessoas discriminadas, segregadas, por qualquer tipo de características na sua vida – destacou Ciocchi.

No aspecto ambiental, o operador definiu que a prioridade número um é garantir a adaptação contínua da organização para operar o sistema elétrico brasileiro com base cada vez mais em energias renováveis e baixo carbono. Para a área social, o plano principal é ampliar o relacionamento com a sociedade nos temas ligados à atuação da organização e sobre consumo responsável.