O agronegócio catarinense, que é um dos mais diversificados e internacionalizados do Brasil, vai ganhar uma nova estrutura que disponibilizará dados e análises com mais agilidade para decisões estratégicas. A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária, juntamente com a Empresa de Pesquisa Agrícola e Extensão Rural (Epagri), vai constituir, a partir do ano que vem, o Observatório do Agronegócio de Santa Catarina. O investimento será de R$ 1,5 milhão e foi aprovado na reunião do Conselho de Desenvolvimento Rural (Cederural), na sexta-feira.

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Quem estará à frente do Observatório do Agronegócio será o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri, mais conhecido como Epagri/Cepa. É uma instituição com corpo técnico qualificado, contando com doutores, mestres, profissionais com graduação que já acompanham uma série de estatísticas do agro estadual, parte apurada pela Epagri e parte do trabalho feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). De acordo com o secretário de estado da Agricultura, o objetivo é concentrar num só lugar todos os dados disponíveis sobre o setor, incluindo produção, vendas, exportações, infraestrutura, crédito rural, unidades produtoras e outros. O plano é finalizar a implantação do observatório em três anos.

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Embora tenha área territorial de apenas pouco mais de 1% do território brasileiro, Santa Catarina é gigante no agronegócio. É um estado onde quase tudo pode ser produzido. É o maior produtor nacional de suínos, maçã, cebola e ostras, está bem posicionado em diversos outros produtos e conquistou importantes mercados internacionais.

É forte nas exportações de carne suína e de frango, maçã, banana, soja e outros produtos. Quando são consideradas todas as vendas externas de cadeias produtivas do setor, incluindo a área agroflorestal e produtos derivados, o setor soma 72% do faturamento das exportações catarinenses.

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Entre os maiores desafios do agronegócio estadual estão a precária infraestrutura rodoviária, falta de reservatórios de água para a produção em tempos de seca, limitada estrutura para armazenamento de grãos e burocracia para a abertura de novos negócios.

Graças à sintonia entre o setor privado e o público, SC conseguiu fortalecer controles sanitários e conquistar em 2007 o reconhecimento internacional de área livre de aftosa sem vacinação. Esse diferencial abriu diversos mercados para a carne suína, produto que hoje é o segundo em exportação do estado considerando faturamento. No período de janeiro a novembro de 2020, SC obteve USS$ 1,017 bilhão com as vendas do produto no exterior, que cresceram 38,8% frente ao mesmo período do ano passado. Embora por uma pequena diferença, a liderança anual ainda é da carne de ave, que resultou em US$ 1,150 bilhão em exportações no mesmo período, 36% a menos do que nos mesmos meses de 2019.

O novo Observatório do Agronegócio, com dados mais acessíveis, vai facilitar a tomada de decisões de investidores e também do setor público, que investe em políticas públicas. O produtor rural deve considerar, também, a possibilidade de solicitar uma análise técnica da Epagri quando tem dúvidas específicas. A empresa conta com um quadro técnico qualificado para extensão rural. Dos 1.725 servidores, 40% atuam diretamente no campo e 25% em pesquisas.