Para o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, as mudanças geopolíticas causadas pela pandemia e guerra Rússia-Ucrânia colocaram novos desafios, mas também oportunidades para o setor. Por isso, a entidade lançou o Programa Reinventa-SC e divulgou a primeira edição do Atlas da Competitividade da Indústria Catarinense. Estudo inédito feito pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL/SC) e o Observatório Fiesc, o atlas mostrou que a indústria de SC é a segunda mais competitiva do Brasil, com índice de 0,167, atrás, mas muito próxima de São Paulo, que teve índice de 0,168. Saiba mais na entrevista a seguir:
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Qual é o objetivo do Programa Reinventa-SC lançado pela Fiesc?
O objetivo do Reinventa é preparar a nossa indústria para os novos desafios que se apresentam. A pandemia causou insegurança para toda a população e o Programa Travessia foi importante para verificar quais eram os desafios e as tendências para ajudarmos nossas empresas a sobreviverem naquele período difícil e evoluírem.
Agora, temos outros desafios pela frente, mas, também grandes oportunidades. Santa Catarina é um estado industrializado, um estado que é protagonista. Um dos exemplos foi, no Dia da Indústria (quarta-feira), a apresentação de quatro empresas catarinenses que passaram a ser líderes nacionais e até líderes internacionais em alguns segmentos, mostrando que temos uma indústria competitiva, que pode ser, guardadas as proporções, uma alternativa. Isso porque o mundo identificou na pandemia que a dependência danosa dos países asiáticos causou grandes transtornos para a economia mundial
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Nós podemos internalizar a fabricação de muitos produtos que passaram a ser feitos na Ásia porque temos essa indústria competitiva. Podemos ser fornecedores de insumos e produtos industrializados também para indústrias de outros países.
A Fiesc acaba de lançar o Atlas da Competitividade da Indústria Catarinense. Qual é a importância desses dados para o setor?
São informações importantes sobre as características do Estado, mostrando que é um Estado competitivo, dando todas as informações para direcionar as decisões das empresas catarinenses se reinventarem. A WEG é um exemplo, ela foca em todas as novas tendências. Esse é um alerta que o próprio atlas pode despertar no empresariado catarinense, sobre a necessidade de focar nessas tendências pós-pandemia.
Que tendências o setor precisa priorizar atualmente?
Certamente a digitalização é uma tendência já existente, mas que está num crescimento exponencial. As empresas precisam utilizar a digitalização para o seu crescimento.
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Como avalia a posição da indústria catarinense no mercado internacional e que impactos pode ter com as mudanças geopolíticas causadas pela guerra e pandemia?
A indústria catarinense está muito bem. Somos um Estado com uma corrente internacional de comércio muito importante. Movimentamos ano passado US$ 35,2 bilhões de dólares. Se fizermos um paralelo com um estado também importante, o Ceará. Eles comemoraram porque movimentaram US$ 6 bilhões em 2021. Nós movimentamos muito mais. Temos uma economia inserida no mercado internacional.
Essa é uma cultura própria de Santa Catarina. Podemos avançar porque temos uma indústria diversificada, competente e competitiva. Somos o segundo estado em competitividade, muito próximos de São Paulo. Se tivéssemos uma infraestrutura mais adequada, certamente Santa Catarina seria o estado mais competitivo do Brasil.
Mais um exemplo de que somos competitivos, é que o principal destino das exportações de produtos manufaturados catarinenses são os Estados Unidos, um país competitivo, exigente, mostrando que temos, sim, essa indústria capaz, que pode incrementar muito as suas relações internacionais.
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