Mesmo acostumados com fortes chuvas, ventos e tempestades – elementos que integram a natureza da região – os catarinenses foram abalados pelo ciclone de terça-feira, dia 30 de junho. Ventos com mais de 100 km/h causaram perdas humanas, o maior apagão da história do Estado, com 1,5 milhão de unidades consumidoras sem luz, e danificaram milhares de construções, especialmente coberturas de galpões empresariais, em toda Santa Catarina.
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A energia é de responsabilidade da distribuidora Celesc, que conseguiu restabelecer o atendimento à maioria das unidades com rapidez. Isso foi possível em função dos investimentos permanentes que faz em automação e equipes.
Mas o ciclone mostrou que cabe um alerta para a qualidade das construções no Estado. O professor Wellington Repette, chefe do Departamento de Engenharia Civil da UFSC e especialista em patologia de construções, observou que os maiores danos causados pelo vento com chuva foram em sistemas prediais de fachadas e coberturas. Na avaliação dele, a principal causa é a falta do cumprimento de normas técnicas em vigor no Brasil.
O que falta é o cumprimento das regras em cada etapa da cadeia produtiva e, também fiscalização. Em comunidades de menor renda, as prefeituras poderiam fornecer projetos de engenharia. Falta também mais fiscalização sobre a segurança de moradias populares. São medidas preventivas que cabem ao setor público para oferecer mais segurança à população.
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Drama do crédito
Um dos maiores gargalos no socorro à economia brasileira durante a pandemia é a falta de crédito para capital de giro a empresas. Os últimos capítulos da novela sinalizam um final melhor. O Banco do Brasil aderiu ao Pronampe, o programa para micro e pequenas empresas e decidiu não cobrar taxa, nem seguro para emprestar, diferente do que fez a Caixa, que foi pioneira. Com essa decisão, a expectativa é de que a lei idealizada pelo senador Jorginho Mello (PL-SC) garanta crédito a mais empresas, com mais concorrência.
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Setores na pandemia
O ritmo da economia de SC está maior, em meio aos esforços de preservar a saúde frente ao novo coronavírus e manter as atividades econômicas. Prova disso foi a arrecadação do Estado em junho, que teve queda menor que os meses anteriores. Recuou 12,5% em relação ao mesmo mês do ano passado enquanto em maio teve retração de 22% e em abril, de 19%. Quem mais está sofrendo são bares e restaurantes, cuja receita tributária caiu 73% no mês.