Um dos setores que retomaram crescimento acelerado na pandemia e seguem promissores este ano é o de energia solar fotovoltaica, em especial a geração distribuída em residências e empresas. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) informa que de janeiro até outubro houve um crescimento de 52,6% de geração solar no país em megawatts (MW). E nos últimos 12 meses, até novembro, foram instalados 162 mil novos sistemas de geração distribuída solar no país, o que representou 130% de crescimento em unidades. Quem lidera o ranking com mais usinas solares no país é Minas Gerais. Santa Catarina está na 7ª posição.

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Entre as instituições que se renderam à geração dessa fonte de energia limpa está o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Optou por um novo modelo de negócio, o de locação, que distribui o custo ao longo do uso. Quem venceu a licitação e está iniciando o projeto Sol da Justiça é o consórcio integrado pela catarinense Quantum Solar e a brasiliense Soliker Energia.

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A usina receberá investimento de R$ 28,5 milhões, terá 8.352 painéis, vai gerar 7.000 MWh e atenderá 87% do consumo em Kwh do prédio do STJ em Brasília. A economia na conta de luz de toda a instituição será de 28%.

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O presidente do grupo Quantum Engenharia, Gilberto Vieira Filho, e o gerente da Quantum Solar, Julio Cesar Ferreira da Silva, explicam que a usina não foi instalada sobre o telhado do prédio do STJ, na Capital, porque a área não seria suficiente para comportá-la. O projeto está sendo implantado em terreno próximo de Brasília, que ocupará nove hectares, dos quais 6,8 hectares serão para a instalação dos quase 8,4 mil painéis fotovoltaicos.

Vieira Filho acredita que nos próximos anos essa modalidade de locação crescerá muito, tanto em projetos do setor público, quanto privados porque tem como vantagem principal o fato de o cliente não necessitar fazer um alto investimento na construção e manutenção. Apesar do custo da terceirização, ele afirma que é vantagem investir em usina solar nesse modelo de locação.

A demanda é elevada, tanto para instalação de usinas para geração distribuída, em residências e empresas, quanto em projetos maiores, de companhias de energia, observa o presidente do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal), de Florianópolis, Mauro Passos.

Segundo ele, os juros baixos e o alto preço da energia estão motivando investimentos em geração solar. Passos observa também que Santa Catarina conta com fornecedores de todos os portes entre os quais grandes e médios como WEG, Engie, Intelbras, Araxá, Quantum, Renovigi, Nexen entre outras. E na academia, o estado igualmente está bem. A UFSC, por exemplo, se destaca com dois laboratórios, o Fotovoltaica e o LabSolar. Instituições fortes na formação para o setor são, também, o IFSC da Capital, a Universidade do Estado (Udesc) e instituições privadas. 

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A pandemia afetou o ritmo dos investimentos em novas unidades solares, mas no mês de setembro o mercado já havia voltado ao normal, informou a WEG em seu balanço trimestral.

A maioria dos investidores residenciais foca a redução da conta de luz, que vale a pena, segundo Ítalo Deprá Neto, diretor comercial da Nexen, empresa de Chapecó que estreou no setor em 2018. Ele informa que 75% dos projetos são em residências e as famílias investem, em média, de R$ 15 mil a R$ 22 mil. Elas buscam reduzir a conta de luz que varia de R$ 200 a R$ 800 por mês. O investimento se paga em quatro anos ou mais e a usina solar tem vida útil de 25 anos. Além da redução da conta de luz, muitos já planejam também abastecer o carro elétrico, que pretendem adquirir no futuro.