Projeto da área de saúde previsto para a SC-401, a rota da tecnologia de Florianópolis, que era comentado nos bastidores, será um centro médico voltado para a saúde da mulher, tendo como âncora o Hospital Baía Sul Mulher. Mas como estará entre empresas de tecnologia e tem investidores do setor, o novo complexo será parceiro para pesquisas de empresas de TI voltadas à saúde.  

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O centro médico, que será inaugurado em julho de 2024, ocupará parte de prédio novo de 30 mil metros quadrados, situado entre a sede da Associação Catarinense de Medicina (ACM) e a unidade de ensino técnico do Senai-SC.  

O maior acionista desse edifício é a empresa Corporate 8, que tem como principais sócios os três cofundadores da Softplan, empresa do setor de tecnologia da Ilha, Moacir Marafon, Ilson Stabile e Carlos Augusto de Matos.

Eles assinaram nesta terça a parceria com o presidente do Hospital Baía Sul, Sérgio Marcondes Brincas, que representou o grupo paulista Hospital Care, controlador do Hospital Baía Sul e gestor do Hospital de Caridade e da Clínica Santa Helena, em Florianópolis. Os valores dos investimentos da parte física e também do hospital não foram revelados.

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Como o colega da NSC, Anderson Silva antecipou, o novo centro médico terá, na primeira fase, hospital de alta complexidade, maternidade, 70 leitos para internação, seis leitos de UTI adulto e 20 para pré-natal e oito salas cirúrgicas.

O hospital também prestará outros serviços para saúde da mulher, principalmente nas áreas de ginecologia, mastologia e cirurgias plásticas. O complexo terá também área de clínica, consultórios, laboratórios, praça de alimentação e lojas.

– A gente começa com as maiores necessidades. O segredo de saúde é que você tem que investir com parcimônia porque o custo é alto e o ticket é baixo. A realidade de São Paulo é uma, a realidade Porto Alegre é outra, a do Rio de Janeiro é outra. Realidades de cidades como as nossas são diferentes. Os tickets são muito baixos para trabalhar, as margens são estreitas. A gente tem que ter escala – comentou Sérgio Brincas.

Quase ao lado da sede da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), que tem uma forte vertical de saúde, os investidores adiantam que o novo hospital estará aberto para pesquisas visando melhoria da saúde. A própria Softplan é uma empresa que oferece soluções na área de saúde.

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– Quando começamos a estudar a vocação desse edifício, as pesquisas de mercado apontavam inúmeras verticais econômicas viáveis. É claro que a primeira que veio em mente foi a de tecnologia pelo nosso DNA. Mas a questão é que a gente quer deixar um legado para Florianópolis. Aí, entre as possibilidades, a mais forte foi na área de saúde. Então, começamos a pesquisar no mundo e encontramos os chamados Medical Office Building, espaços onde existe hospital, consultórios, clínicas variadas e outros serviços. Achamos que seria esse o modelo – revelou Moacir Marafon.

Para o empresário, o fato de o novo centro estar numa região de empresas de tecnologia vai facilitar a integração com o setor, na busca de soluções conjuntas.

– Nosso propósito, sim, é levar para dentro desse empreendimento um núcleo de inovação para a saúde porque a gente aprende na inovação que tem que falar com cliente. Então, as startups vão entrar no prédio do hospital para falar com clientes, médicos e outros profissionais para entender as grandes demandas do setor e criar inovações que efetivamente façam sentido para os problemas e desafios da saúde – comentou o sócio da Corporate 8.

Vista externa do futuro Hospital Baía Sul Mulher, na SC-401, em Florianópolis (Foto: Divulgação)

Sérgio Brincas também vê nessa abertura ao setor de tecnologia um potencial diferenciado para geração de valor para a economia e para a saúde.

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– O ambiente hospitalar vai servir de laboratório. A gente vê muitas vezes que as pessoas que desenvolvem tecnologias estão longe do ambiente, criam um produto e na hora em que vão encaixar na realidade não conseguem porque não leram a realidade adequadamente. Se estiverem dentro do hospital, poderão fazer avaliação da realidade para soluções de saúde – explicou o presidente do Baía Sul.

A inclusão de mais hospitais privados aumenta a oferta de serviços e colabora para reduzir demandas atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esse foi um dos pontos destacados pela secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, uma das autoridades que acompanharam o evento de apresentação do projeto na manhã desta terça-feira, no Hotel LK, no centro da capital.  

– Tanto para a economia, quanto para o desenvolvimento de todas as ações de saúde do Estado, em especial da capital, esses investimentos são fundamentais. A gente precisa de mais portas abertas no serviço privado para, exatamente, desafogar. Muitas vezes, a porta da pediatria da grande Florianópolis é só o Hospital Infantil Joana de Gusmão. Nós termos outras portas abertas para o atendimento, não só de emergência, mas de internação, é muito importante – destacou Carmen Zanotto.  

Segundo ela, um exemplo é o novo serviço de pediatria do Hospital de Caridade. Isso desafoga porque na região de Florianópolis é grande o número de famílias com plano de saúde ou com renda para serviço particular.

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– A gente está tendo oportunidade de ganhar esse novo equipamento a partir da iniciativa privada, que além de aumentar as portas de entrada da saúde em Florianópolis, vai gerar experiências para setores de tecnologia. Nossa cidade é reconhecida por ter fortaleza nesses dois setores – saúde e tecnologia. Mas com esse empreendimento, a aproximação será ainda maior e trará muitos ganhos para a cidade – comentou o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, que também é empresário do setor de tecnologia.

Para o presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM), Ademar José de Oliveira Paes Júnior, essa ampliação de atividade de um grupo como o Hospital Care, que já conhece a realidade da medicina de Florianópolis e região, é importante.

– Vai ampliar uma área que é extremamente importante, a da saúde da mulher. Florianópolis  sempre teve maternidades pequenas. Agora, vai oferecer um serviço com mais qualidade, com UTIs para mães e bebês – comentou Ademar Paes, que também é investidor e entusiasta do setor de tecnologia na saúde.  

Ilson Stabile, sócio da Corporate 8, vê como positivo o fato de o novo hospital ser na SC-401 porque vai descentralizar um pouco o atendimento em Florianópolis, hoje muito concentrado na região central da cidade.  

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– E estamos muito otimistas com esse projeto porque essa parceria com o Baía Sul vai permitir oferecer um centro de saúde completo. E como somos do setor de tecnologia, poderemos fomentar outras iniciativas nessa área para fazer um empreendimento com inovação que a cidade precisa e merece – comentou Ilson Stabile.

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