Impulsionado pelo crescimento da construção civil nos últimos anos, o Grupo Portobello executa projetos na area de revestimentos cerâmicos com atenção ao mercado mundial. Para isso, investe atualmente R$ 987,9 milhões, dos quais US$ 150 milhões (R$ 787 milhões na fábrica dos Estados Unidos) e R$ 200 milhões na expansão de atividades no Brasil. As informações são do presidente do conselho de administração do grupo, Cesar Gomes Junior, que sexta-feira foi homenageado com a medalha Ordem do Mérito Empresarial da CNI, em solenidade na Federação das Indústrias de SC (Fiesc).

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Segundo ele, a fábrica no Tennessee, EUA, que iniciará atividades no começo do ano que vem, dará consistência a todos os negócios da empresa no exterior porque envolverá também a parte comercial. A nova unidade vai abrir 400 postos de trabalho diretos lá fora.

Os investimentos no Brasil serão para os segmentos da indústria e comércio – na rede Portobello Shop – que teve alta superior a 30% nas vendas no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo período de 2021. O grupo fechou o primeiro trimestre com faturamento de R$ 525 milhões, 26% superior ao dos mesmos meses do ano passado.

Natural de Florianópolis e graduado em administração pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc/Esag) e na Harvard University, Cesar Gomes Junior, ao falar no evento da Fiesc, sexta, disse eu o cenário internacional é de incerteza, mas mostrou otimismo para o futuro, inclusive para o Brasil. Na entrevista a seguir, saiba mais sobre os negócios do Grupo Portobello.

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O que significa para o senhor a homenagem com a Ordem do Mérito Industrial da CNI?

É extremamente representativa. Recebo, evidentemente, com humildade, em nome de todos os meus companheiros de trabalho, de toda família Portobello. É um reconhecimento extremamente importante para todos nós. Acho que a nossa empresa é mais uma entre tantas boas empresas de Santa Catarina, de maneira que a gente fica satisfeito, em um meio tão seleto quanto é o meio em SC, receber essa homenagem.

Quais são os principais desafios da Portobello este ano?

Nós temos grandes desafios pela frente, sonhamos grande, e pensamos grande, mas indiscutivelmente nós estamos fazendo um forte crescimento no varejo, com nossas lojas, avançando muito no contexto digital. Esse é um desafio brutal, de realmente fazer um omnichannel da loja física com a digital, mas estamos dando um passo importante, e estou bastante confiantes nesse sentido. Um outro desafio importantíssimo é a internacionalização. Estamos fazendo a nossa fábrica nos Estados Unidos e isso dará consistência a todas as nossas operações no exterior, que não são só nos EUA, mas essa base americana irá impactar todo o nosso posicionamento no mercado internacional.

Quanto a empresa está investindo nos Estados Unidos e quando iniciará a produção lá?

Nós estamos investindo US$ 150 milhões de dólares nessa unidade e vamos iniciar a produção no final do ano. A fábrica será posta em marcha no início de 2023.

Para quantos países vocês exportam e que tamanho tem essas vendas dentro da receita?

Nós, hoje, exportamos para mais de 60 países e exportamos 25% do nosso negócio. Queremos elevar isso para 50%, não só em exportação, mas agora, com o fato de fabricar lá fora também. Nosso plano é ter operações com 50% do faturamento representado em dólar. Essa é a nossa meta para os próximos anos e estamos evoluindo para isso.

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O senhor falou em crescimento na área comercial da empresa. Vocês têm uma rede de lojas. Quanto ela cresceu ano passado e qual é a expectativa para este ano?

Nosso crescimento nas lojas é extremamente significativo. Tivemos um crescimento na ordem de 30% e pretendemos realizar este ano novamente isso. Então, estamos aumentando, não somente em loja física, mas, também, no contexto digital, que potencializa a loja física.

O senhor disse que assumiu a parte ESG do Grupo. O que estão priorizando nessa área?

O desafio da sustentabilidade é maravilhoso. Eu me surpreendo como as pessoas rapidamente se engajam nele. Na verdade, todos nós temos, no nosso DNA, a sustentabilidade. Todos nós queremos um mundo melhor, todos nós nos preocupamos com o amanhã. O que compete à direção da empresa, e no meu caso, como líder desse processo, é estabelecer prioridades, estabelecer as etapas, para que a gente vá em um processo de evolução, e esse é um caminho sem volta. Todos nós temos, cada vez mais, que nos inserirmos nesse contexto da sustentabilidade, e o ESG é um modelo, hoje, consagrado, que todos nós estamos seguindo.

Somando o projeto nos EUA e outros no Brasil, quanto vocês estão investindo este ano?

Nós investiremos, este ano, em torno de R$ 200 milhões no Brasil. Nós também estamos crescendo em lojas, e ampliando a nossa fábrica. Então, nós também estamos crescendo no Brasil, é um processo significativo, é investir e investir. Nós tivemos bons resultados e estamos investindo os nossos resultados.

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Quais são as projeções sobre criação de empregos pelo grupo?

Empregos, hoje, estamos com quatro mil e duzentos (postos de trabalho diretos) e vamos para cinco mil agora. A empresa americana terá aproximadamente 400 trabalhadores. Na fábrica, mesmo, serão uns 200, mas tem a área comercial, porque lá também é um modelo integrado.