Pesquisas do IBGE sobre atividade econômica de Santa Catarina mostra que maio foi mês de alta e quedas no Estado. Segundo as pesquisas mensais do instituto, o comércio ampliado cresceu 0,1% em volume na série com ajuste sazonal em maio frente ao mês anterior, a produção industrial teve recuo de -0,5% e os serviços tiveram retração maior, de -3,6% em volume frente ao mês anterior.
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No Brasil, nesse mesmo período e comparação, o varejo ampliado cresceu 0,8%, a indústria recuou -0,9% e os serviços ficaram empatados no zero a zero. Pelos dados do IBGE, dá para concluir que alguns setores do comércio e serviços em SC foram impactados pela enchente no estado vizinho.
Comércio ampliado
O varejo ampliado inclui também veículos e materiais de construção. Em Santa Catarina, o setor cresceu 9.8% em maio frente ao mesmo mês do ano passado, teve alta acumulada de 6,5% no ano e de 5,6% em 12 meses.
Os setores que tiveram maior crescimento em maio frente ao mesmo mês de 2023 foram veículos e peças (24,8%), eletrodomésticos (22%), outros produtos de uso pessoal ou doméstico (18,5%), supermercados e hipermercados (10,7%) e artigos farmacêuticos (10,1%).
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Tiveram queda frente a maio do ano anterior combustíveis e lubrificantes (-4,3%) e livros, jornais e revistas (-4,1%). Os crescimentos em setores como supermercados e produtos pessoais e domésticos tiveram ajuda das compras para doações ao Rio Grande do Sul.
Produção industrial
Em maio, a produção industrial de SC teve variação negativa só frente ao mês anterior (-0,5%), mostrou o IBGE. Na comparação com o mesmo mês de 2023 cresceu 5,8%, no acumulado deste ano já tem alta de 6,4% e nos últimos 12 meses cresceu 3,2%.
As maiores altas em maio na comparação com o mesmo período do ano anterior foram em metalurgia (28,2%), seguida por máquinas, equipamentos e materiais elétricos (22,6%), produtos de borracha e plástico (8,8%), confecções (7,8%) e alimentos (5.0%).
Tiveram retração os produtos de metal exceto máquinas equipamentos (-23,2%) e produtos de madeira (-4,8%). As vendas de materiais elétricos foram impulsionadas por exportações, enquanto as confecções cresceram em função da produção da coleção primavera e verão.
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Setor de serviços
Em maio, o setor de serviços em Santa Catarina teve uma das maiores retrações dos últimos anos, de -3,6%, na série com ajuste sazonal frente ao mês anterior, enquanto a média nacional foi um empate de zero a zero.
Mas comparado com maio do ano passado, o setor cresceu 0,7%, no acumulado do ano avançou 5,4% e nos últimos 12 meses até maio cresceu 5,9%. Apesar de ter registrado uma das maiores retrações em maio, o setor em SC segue com um dos melhores resultados nacionais em 12 meses.
Segundo o levantamento do IBGE, o que puxou para baixo o setor em maio, no Estado, foi o transporte, que teve recuo de -0,1% frente ao mesmo mês do ano anterior e, também, os serviços administrativos e complementares que tiveram alta de 0,1%. Os serviços para as famílias cresceram 6% frente ao mesmo mês do ano passado e os serviços de informação e comunicação tiveram alta de apenas 0,6% na comparação. O segmento de outros serviços cresceu 3,8%. No caso dos serviços de transporte, o impacto foi a enchente no Rio Grande do Sul, que resultou na redução de atividade.
Impactos da tragédia na economia do RS em maio
Para se ter ideia de como a tragédia climática impactou o Rio Grande do Sul, o pior foi para a produção industrial, que recuou -26,2% em maio frente ao mês anterior, abril, na série com ajustes sazonais. O comércio ampliado teve queda de -2,8% em relação ao mês anterior e os serviços cresceram 0,6% na mesma comparação.
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Cenários para os próximos meses
As projeções de instituições financeiras mantêm expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) levemente superior a 2% este ano. A pesquisa Focus projetou alta de 2,11% para o PIB, inflação de 4% e dólar em R$ 5,22. O IBC-Br, prévia do PIB do Banco Central apurou crescimento de 0,25% em maio e alta de 2% no ano, até maio.
Em Santa Catarina, a arrecadação de ICMS e outros tributos segue acima da média nacional. Também tem sido um indicador que tem se mantido acima da alta do PIB.