Ação ajuizada na vara cível da comarca de Blumenau, nesta sexta-feira (23), promete balançar as estruturas da Cia. Hering, empresa de 140 anos que teve valorização superior a 30% na bolsa após receber e rejeitar oferta de compra da Arezzo por R$ 3 bilhões, dia 14 deste mês. 

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O novo processo pede declaração de nulidade absoluta de transferências de ações e de outros procedimentos envolvendo patrimônio de Eulália Hering, que foi a maior herdeira da companhia, com ações da Cia. Hering e 9,2% da holding Inpasa, uma das controladoras do grupo.

Três netos da empresária já falecida alegam que a Cia. Hering e outros familiares, responsáveis pela gestão de bens da companhia e também da própria empresária, fizeram operações diversas. Esses procedimentos resultaram na diminuição de quase todos os direitos da avó deles ao patrimônio que possuía.

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Os advogados que defendem os interesses dos três herdeiros são Ives Braghittoni e Yasmin Pastore Abdalla, de São Paulo. A advogada explica que nulidades absolutas não prescrevem. Se a Justiça determinar esta nulidade, isso desfaz todos os atos após essa decisão.

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Isso significa que até grandes negócios realizados pela Cia.Hering podem ser afetados. Entre os atos que poderão ser revisados estão decisões que envolvem ações da Cia Hering e também da Ceval – cerealista e agroindústria da companhia que foi fundada em 1972 e vendida nos anos de 1990. Outros bens também terão transações avaliadas.

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Os advogados observam que os autores do processo teriam direito a um vasto número de ações da Cia. Hering e de uma de suas controladas, a holding Inpasa. Observam que os gestores, usando diversos artifícios, ano após ano foram reduzindo o patrimônio de Eulália Hering. 

Entre os problemas identificados estão até uso de dois CNPJs para a Inpasa, registrados na Junta Comercial de Santa Catarina (Jucesc), e atos de doações que podem ser anulados.

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O marido de Eulália, Max Victor Hering, da terceira geração dos empreendedores da companhia, era o maior acionista das empresas Inpasa e Hering. A Cia. Hering foi fundada em 1880, em Blumenau, pelos irmãos Hermann e Bruno Hering, imigrantes da Alemanha. 

Os três herdeiros que entraram agora na Justiça para buscar nulidade de atos administrativos – Pedro Roberto Hering Bell, Rafaela Hering Bell e Eduardo Theodoro Hering Bell – são da quinta geração da família. 

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Procurada nesta sexta-feira para falar sobre o assunto, a Cia.Hering informou, por meio de seu consultor, que não tinha conhecimento do processo e não faria comentário. 

A informação sobre essa ação civil também não abalou o mercado financeiro. Pelo contrário, as ações da Cia Hering subiram 2,53% nesta sexta na B3. No mês, também sob influência da proposta da Arezzo, já acumulam valorização de 40,96%. A expectativa do mercado é de que essa fusão Arezzo-Cia Hering ainda pode acontecer.

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