O avanço gradual das vacinas, os aprendizados para enfrentar a Covid-19 com máscaras e álcool gel, a disposição das pessoas de sair mais de casa e a maior atividade econômica em Santa Catarina estão motivando uma reinvenção do varejo com retomada de investimentos. O empresário do comércio está voltando a investir e a pandemia fez com que o negócio seja visto de outra forma nos ambientes físicos e digitais. A avaliação é do presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de SC (FCDL-SC), Ivan Tauffer.

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As grandes redes varejistas mantêm planos de expansão desde o primeiro ano da crise sanitária, mas com foco no comércio virtual. Mas agora, os shopping centers estão investindo em novos projetos, confiantes da retomada com mais vacinas. E até o pequeno varejo, segmento que mais sofreu com a crise sanitária, agora está se reinventando com a reforma de lojas físicas, novos layouts, inclusão de mais produtos e avanço no comércio virtual – mas em plataformas coletivas. Após fechar 2020 no vermelho, o segmento de médias e pequenas empresas projeta crescer até 6% este ano.

– Agora estamos vendo uma reinvenção, uma nova era, um novo jeito de trabalhar. O e-commerce cresceu. Antes era oferecido somente pelo grande varejista, agora o pequeno aderiu. Vende pelo celular, pela plataforma da Amazon porque a empresa permite pôr a loja lá dentro e vender em qualquer lugar. E a FCDL também lançou a QCompras, uma plataforma gratuita de vendas online para lojistas, que está crescendo. A pequena empresa não sabia vender online, ensinamos e ela gostou – afirma Tauffer.

Uma das empresárias que aderiram ao e-commerce é Dulce Cabral, sócia da Moda Café, do Centro de Florianópolis. No início da pandemia ela tinha duas lojas físicas e fechou uma porque perdeu boa parte da clientela. Apesar de admitir que demorou para aderir ao digital, Cabral estreou nas vendas online pelo Compre CDL, o markplace da CDL de Florianópolis em março deste ano. E já obtém 10% da receita com vendas virtuais.

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Empresária Dulce Cabral, de Florianópolis, que estreou em vendas virtuais
Empresária Dulce Cabral (C), de Florianópolis, que estreou nas vendas virtuais (Foto: Moda Café, Divulgação)

– Como já tive confecção, voltei a fabricar produtos com marca própria. São essas peças mais fluídas, da minha marca, que estão vendendo mais. O Compre CDL atua mais para vendas locais e regionais, mas já fiz venda para São Paulo – conta a empresária, que também está com projeto de instalação de site próprio.

Entre as empresas que retomaram investimentos no varejo de shoppings está a rede Camicado, da Renner. No começo do mês ela abriu ao público a sexta loja em SC, no Shopping Villa Romana, em Florianópolis, unidade que recebeu investimento de R$ 3 milhões. A rede de franquias de calçados Jorge Bischoff inaugurou recentemente a segunda loja na Capital, também no Villa Romana, ex-Iguatemi, que está fazendo uma expansão com espaço para mais 40 lojas. Nos últimos meses, também abriram no empreendimento operações da Happy, Royal Trudel, Ahua, Gente Miúda, OJO by Mr. Ray e Las Quecas e mais oito confirmaram inaugurações de unidades para breve.

Shopping do Centro de Florianópolis, o Beiramar observa que os clientes estão se sentindo mais seguros em comprar, apesar da pandemia, e tem recebido novas operações. Uma delas foi da Vans, marca da Califórnia de artigos esportivos. Também abriram unidades da Lindt Chocolate, Azdora, Piadineria, Smart Tech, Foxton e Unicred.

Em Itajaí, no Bravamall Shopping, serviços de educação passarão a ocupar mais espaços, mas novas lojas se consolidaram na pandemia. Uma delas é a Casas com Alma, das sócias Miriam Pinheiro e Lica Paludo, com produtos para decoração.

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Embora tenham redobrado atenções às vendas virtuais, grandes varejistas do Estado mantêm plano de expansão com lojas físicas. É o caso da Koerich, que inaugurou dia 12 deste mês a sua terceira megaloja em Santa Catarina e a 117ª unidade da empresa. A nova loja fica na rua XV de Novembro, em Joinville, com três andares de área de venda, incluindo móveis, eletrodomésticos, itens de decoração, brinquedos e o diferencial de ser Pet Friendly. 

O plano para este ano é crescer 10% no número de lojas físicas – e as mais recentes inaugurações foram em Canoinhas e Luiz Alves, sendo que outras cidades ganharão megalojas este ano.

A Rede Berlanda de móveis e eletrodomésticos, que tem matriz em Curitibanos e 186 unidades em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, está inaugurando uma série de lojas para comemorar seus 30 anos de atividades que completa nesta quarta-feira, 16 de junho. A empresa fundada por Nilso Berlanda abriu em maio superloja em Balneário Camboriú e programou para as próximas semanas a inauguração de mais duas novas unidades, situadas em Iporã do Oeste e Forquilhinhas. Também inaugurará renovação das lojas de Tangará e Laguna.

A empresa, que registrou em 2020 faturamento de meio bilhão de reais e oferece 1,5 mil empregos diretos, tem entre as estratégias a presença em pequenas cidades. No ano passado, cresceu 10,7% em lojas físicas e 240% nas vendas virtuais.

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A rede Havan projetou para este ano a abertura de 20 novas lojas e tem como meta a presença em todos os estados brasileiros, antecipou a colega Dagmara Spautz. No ano passado foram abertas 12 unidades e a empresa fechou 2020 com 153 lojas no país. Pelo número de unidades abertas até agora, a maior parte vai estrear no segundo semestre.

Para marcar o aniversário de 35 anos, que acontece neste mês, a companhia fundada por Luciano Hang inaugura nesta quinta-feira (17) a sua 160ª loja, em Aracaju, a primeira no estado de Sergipe. O investimento somou R$ 45 milhões e foram gerados 200 empregos diretos. A última inauguração foi há poucos dias, em Osasco, na Grande São Paulo. Há duas semanas, a rede comunicou a implantação de novo sistema de armazenamento automatizado da SSI Schaefer no centro de distribuição em Barra Velha, SC. Os investimentos