Em painel da Expogestão liderado pelo movimento Mulheres do Brasil, as empresárias e conselheiras Bel Carvalho Pinto, Maria Fernanda Teixeira e Annalisa Blando Dal Zotto, defenderam mais regras para elevar a participação das mulheres em cargos de liderança das empresas, tanto na diretoria, quanto no conselho. Pesquisa da consultoria LHH apurou que empresas com 30% de mulheres em cargos de liderança têm 15% mais rentabilidade do que as demais, destacou Bel Carvalho. Hoje, no país, somente 14% dos cargos de conselhos são ocupados por mulheres.
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– É fundamental a participação da mulher em conselhos. A gente traz um pouco do viés da diversidade. Cada um vem de um lugar, de uma visão de mundo. Quando a gente traz essas visões complementares, o conselho abre um espaço muito grande. Eu brinco que a diversidade é a mãe da criatividade, a mãe da inovação. Se todo mundo olha da mesma forma, como você traz soluções diferentes? A mulher vem com soluções novas e novos caminhos nos conselhos – afirma Bel Carvalho, que é vice-presidente do conselho da Malwee.
A conselheira considera um dos movimentos positivos o Pacto da ONU que recomenda em um dos objetivos a inclusão de 30% de mulheres em cargos de liderança das empresas até 2025 e 50% de mulheres até 2030.
Maria Fernanda Teixeira, conselheira de empresas brasileiras e do exterior, presidente do conselho da Pérola, também defende essa iniciativa e outras com esse objetivo. Ela defende, por exemplo, adoção de cotas para que as mulheres, negros e integrantes do grupo LGBTQI+ possam avançar mais rápido em cargos de liderança. Avalia como positiva a iniciativa da B3, bolsa brasileira, de começar a a estabelecer regras com esse foco.
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– O Brasil vinha progredindo nessa área, mas com a pandemia teve um retrocesso. Muitas mulheres foram afastadas de cargos de liderança. Esse número não regrediu só no Brasil – observou ela.
Para Annalisa Dal Zotto, líder do Grupo Mulheres do Brasil de Florianópolis e fundadora da ParMais Gestão Patrimonial, as empresas só têm a ganhar incluindo mais mulheres em cargos de liderança.
– Acho que esses incentivos para aumentar a participação de mulheres em conselhos de administração são fundamentais porque se a gente deixar naturalmente, por que os homens vão sair da zona de conforto? O machismo é muito estrutural. Todo mundo sabe que é importante para a sociedade, para as companhias, inclusive para retorno financeiro, que tenha mais diversidade, mais mulheres em cargos de liderança – diz Annalisa Dal Zotto.