O ritmo da economia catarinense desacelerou no primeiro semestre do ano frente ao mesmo período do ano passado, segundo o Índice de Performance Econômica das Regiões de SC, o IPER-SC, apurado pela Federação das Associações Empresariais do Estado (Facisc). No acumulado de 12 meses até junho cresceu 2,9% e a expectativa é de que feche o ano com crescimento próximo de 3%, segundo estimativas da área econômica da entidade.
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No primeiro semestre, o Extremo-Oeste liderou crescimento com alta de 5,2%; seguido pelo Norte com 3,2%; Oeste com alta de 1,8% e Extremo-Sul com 1,4%. As demais regiões tiveram recuo no movimento econômico, segundo o índice. A maior queda ocorreu na Serra (-3,6%); seguia por Noroeste (– 2,9%); Florianópolis (– 1,9%); Meio-Oeste (– 1,8%); Planalto Norte (– 1,3%); Alto Vale (– 0,6%); Sul e Vale do Itajaí (– 0,2%).
O presidente da Facisc, Jonny Zulauf, avalia que houve um recuo do crescimento no primeiro semestre, mas dentro da realidade catarinense. O Estado cresceu em maior ritmo que o Brasil nos últimos dois anos. Outro fato é que o setor produtivo esperava que a economia fosse deslanchar com a posse do novo governo, o que não ocorreu. O que prejudica é o atraso das reformas.
— A velocidade das reformas estruturantes, a da Previdência e a tributária, está devagar. Tudo indica que serão aprovadas este ano. A mais importante de todas, que vai vender a credibilidade do Brasil para o mundo, é a Previdenciária porque implica em dizer que o Estado não vai mais quebrar. Ela vai passar, mas não passou ainda. E o mundo lá fora está esperando isso — afirmou Zulauf.
Juros altíssimos
Segundo ele, outro problema que prejudica a retomada do crescimento são os juros altíssimos praticados pelo mercado. Conforme o empresário, contraponto é a Caixa, que está facilitando bastante os investimentos.
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Zulauf acredita que o investimento será puxado pela construção civil, mas há informações de que o plano do governo é facilitar o crédito também para empresas de um modo geral, incluindo os MEIs.
De acordo com o economista da Facisc, Leonardo Rodrigues, a alta expressiva da economia do Extremo Oeste na primeira metade deste ano foi puxada pelo agronegócio exportador. A queda no Vale do Itajaí está ligada a retração do setor têxtil, que fabricou menos. O setor de confecções seguiu em bom ritmo, observou.
Entre os dados que integram o IPER, os que tiveram maior crescimento no primeiro semestre foram as importações, com 8,78% e o consumo de energia elétrica 6,1%. As maiores quedas ocorreram nas exportações (-24,12%) e dos depósitos à vista em bancos (-9,6%).
Confirma na imagem o desempenho das regiões de SC, segundo os dados do IPER. Crédito: Facisc, divulgação
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