Santa Catarina encerrou 2023 com resultado histórico para o setor portuário. Isso porque, mesmo com um grande porto fechado para movimento de contêineres – o de Itajaí – e terminais afetados pelas enchentes, o Estado encerrou o ano com crescimento de 11,47% no volume de cargas frente a 2022. Foram 61,6 milhões de toneladas movimentadas.
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Esses dados foram apurados pela gerência de Portos, da Secretaria de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias (SPAF), com informações dos cinco terminais estaduais: Itapoá, São Franciso, Portonave, Itajaí e Imbituba. Além disso, foram incluídas cargas de portos privados e de importação de combustíveis por dutos.
Como o Brasil fechou o ano com cerca de 1,2 bilhão de toneladas, SC respondeu por 4,76% do movimento nacional. Isso significa 4,5% mais frente ao ano anterior.
Considerando somente contêineres, o Estado movimentou 2,5 milhões de unidades (TEUs de 20 pés) em 2023, um crescimento de 3,15% frente a 2022. Como o Brasil registrou 11,5 milhões de unidades, SC respondeu por 21,54% do total, mais que os 20,89% do ano anterior.
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– Esse interesse do mundo inteiro por Santa Catarina, em comprar o que é produzido em nosso Estado, reforça o nosso acerto em dar protagonismo ao setor dentro da gestão estadual com a criação de uma secretaria para cuidar dos nossos portos – comentou o governador Jorginho Mello, ao ser informado sobre os resultados do ano passado.
Quem liderou as atividades de cargas em volume em 2023 foi o Porto de São Francisco do Sul. Ele alcançou 16,8 milhões de movimentação, com destaque para granel, metais e fertilizantes.
Em segundo lugar, somente com contêineres, ficou a Portonave, com 14,6 milhões de toneladas. Na sequência veio o Porto Itapoá, com 11,5 milhões de toneladas e o Porto de Imbituba, com 7,6 milhões de toneladas.
– O que mais prejudicou a movimentação portuária no ano passado foi o porto de Itajaí, que ficou totalmente parado para contêineres. Mas as chuvas também afetaram outros terminais. O Porto de Navegantes (Portonave) ficou quase um mês parado porque os navios não podiam atracar em função das fortes correntezas do rio Itajaí-Açu. Muitos navios não pararam em Santa Catarina – afirmou o secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins.
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Segundo ele, todo o período chuvoso de 2023 não teve embarque de granel nos portos de São Francisco e Imbituba porque essas cargas não operam com chuvas. Esses dois portos poderiam ter operado mais 1 milhão de toneladas de granel no ano se não fossem as chuvas, estimou o secretário. Contêineres são movimentados com chuvas.
Mas na avaliação de Beto Martins, o maior impacto foi causado pela parada de Itajaí. Em 2022, esse porto movimentou 4 milhões de toneladas e em 2023 não chegou a 400 mil toneladas. A perda em Itajaí foi de aproximadamente 90% do volume, o equivalente a cerca de 3,7 milhões de toneladas.
– Então, se somando todas essas perdas das chuvas que impediram operações de navios de granel, Portonave prejudicada e Itajaí sem navios e ainda crescemos 11,47%, foi um grande resultado no ano. Sem essas perdas, na minha opinião, nós tínhamos tudo para crescer 20% em 2023 – avaliou Beto Martins.
Para 2024, as expectativas são melhores porque haverá a retomada da movimentação de contêineres no Porto de Itajaí. A empresa Mada Araújo vendeu a disputa da concessão para operar o porto por dois anos. A retomada é gradativa, mas vai ajudar.
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Em São Francisco, a movimentação de cargas pode crescer mais porque o novo terminal privado TESC, inaugurado em maio, vai operar o ano todo, disse o secretário.
Quanto a grandes investimentos em infraestrutura para portos, o acesso à Baía da Babitonga, em São Franciso, necessita de dragagem e retirada de rocha para a passagem de grandes navios. O investimento é de R$ 300 milhões, o governo federal sinalizou com financiamento do BNDES, mas o projeto precisa avançar.
Para o acesso aos portos de Itajaí e Navegantes existe a necessidade de dragagem com investimento da ordem de R$ 200 milhões. Mas também falta avançar sobre como será feito. A preocupação da secretaria de Portos é que esses complexos portuários, sem essas dragagens, não podem receber grandes navios de 360 metros a 400 metros, que já se destacam no litoral brasileiro.
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