O executivo João Cláudio Bruza Sá, 65 anos, ex-diretor industrial do Diário Catarinense, faleceu na noite deste domingo, em Florianópolis. Foi mais uma vítima da Covid-19. Lutou contra a doença por mais de uma semana, usou respirador, mas seus pulmões não resistiram.
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Cláudio Sá era um profundo conhecedor de processo industrial de jornal. Ele iniciou a carreira no jornal Zero Hora, em Porto Alegre. Com a fundação do Diário Catarinense, em 1985, ele veio para Florianópolis liderar o parque gráfico do novo periódico, onde trabalhou até se aposentar. Depois, atuou como diretor da Imprensa Oficial do Estado e como diretor da RIC na região de Chapecó. Mais recentemente, trabalhava como consultor.
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Além de profissional competente, Cláudio Sá era uma pessoa muito querida. Fez muitos amigos na RBS (hoje NSC Comunicação) e nos demais locais onde atuou. Quando souberam que precisou de internação para lutar contra o novo coronavírus, muitos fizeram uma corrente de orações. Ele deixou a esposa Jane, as filhas Mayara e Janaína, e dois netos.
Cláudio Sá ingressou no mundo do jornalismo em 1973, aos 16 anos. Embora graduado em administração de empresas e atuando na área industrial, ele sabia muito bem a importância de cada minuto para imprimir o jornal no horário e, assim, pudesse chegar cedo no endereço dos assinantes e nas bancas, quando não existiam as versões online. Mas, não raras vezes, era preciso parar as máquinas à espera de notícias importantes, de grande interesse público.
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Em 2005, quando o Papa João Paulo II estava para falecer, o então editor-chefe Cláudio Thomas, solicitou para Cláudio Sá um prazo maior para fechar o jornal de domingo. Ele aceitou postergar para a manhã de sábado. Mas não foi possível esperar tanto porque a morte do papa foi anunciada após às 17h, o que exigiu uma edição extra.
Outra atualização de final de semana que contou com a ajuda do diretor industrial, segundo a jornalista Ângela Bastos, foi quando morreu o líder palestino Yasser Arafat. O Diário Catarinense foi o único jornal do país a dar a notícia na edição de domingo.
Quando princesa Diana sofreu o acidente em Paris, num sábado à tarde, em 31 de agosto de 1997, o então diretor de redação, Carlos Fehlberg, decidiu atualizar o jornal de domingo. Para isso, contou com a ajuda de Cláudio Sá que chamou uma equipe para imprimir a atualização do jornal no início da noite. Mais uma vez, o DC foi o único do país a dar a notícia internacional horas depois de ter ocorrido.
As amizades do executivo com a equipe e colegas de trabalho não se restringiam à empresa. Renato Souza, que atua no setor de tratamento de imagem e integrou a equipe de Cláudio Sá, diz que ele sempre dava um jeito de estar próximo.
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– Ele visitou as minhas duas últimas exposições fotográficas, no Varal, no Centro de Florianópolis. Era gente boa – afirmou Souza.