Produtos do Brasil mais desejados no exterior, os biquínis seguem fazendo sucesso lá fora mesmo com a pandemia. É isso que confirma a marca Valentina Lang, que iniciou exportações no ano passado e conquistou clientes nos Estados Unidos e Europa, com vendas principalmente por e-commerce. Fundada em 2018, a VL Beachwear, da jovem empresária e influenciadora digital Valentina Lang, obteve 17% do faturamento no mercado externo em 2020. E o curioso: a VL Beachwear está em Chapecó, capital do Oeste catarinense a mais de 600km do litoral do estado.
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– Ano passado, em meio a pandemia, eu fiquei pensando em como aumentar as vendas. Na alta temporada brasileira temos dificuldades para atender a todos os pedidos, mas no inverno fica muito tranquilo. Como na Europa e Estados Unidos as estações são o contrário daqui, pensei em vender lá durante o verão deles para compensar – conta Valentina Lang.
A estratégia dela foi fazer contato com amigas e ex-colegas que estão morando no exterior. Assim, localizou uma americana que morou em Pinhalzinho, no Oeste Catarinense, e retornou aos EUA. Decidiram abrir juntas uma filial da VL em Chicago, a partir da qual vendem por e-commerce no mercado americano e, na sequência, conseguiram um cliente no Reino Unido.

No mercado europeu, a parceira é uma loja de Portugal, que além de fazer venda na unidade física, se tornou responsável pelo e-commerce da VL na Europa. As entregas para o exterior são feitas via aérea, pelo sistema do FedEx e os resultados alcançados até agora animam a empresária para exportações futuras.
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– A minha ideia é estar no máximo de países que a gente conseguir. Além disso, pretendemos avançar também no mercado brasileiro, que é muito grande e acredito que temos muito para crescer aqui – afirma Valentina Lang.
Filha e neta de empresários, ela pensava em ter o negócio próprio, mas cursou Direito e seguia trabalhando como gestora de unidade da empresa da família. A deixa para iniciar a confecção de biquínis foi a dificuldade para encontrar no mercado os modelos que desejava. E a decisão ganhou o apoio da mãe Iara Lang, que atua como arquiteta e engenheira civil, mas já teve marca de moda feminina.

A estreia foi com 400 peças por mês e terceirização da confecção. Agora, a média mensal chega a 5 mil unidades e toda a produção é própria. Uma equipe nove mulheres, das quais cinco costureiras, desenvolve o negócio. Para diversificar, a empresa lançou a marca VL Swimwear, de moda fitness. As vendas cresceram 155% ano passado e este ano tiveram alta de 110% no primeiro semestre frente ao mesmo período de 2020. A força do e-commerce e das redes sociais ajudam. Atualmente, 90% das vendas são online.
Para a empresária, as principais razões da alta aceitação dos biquínis estão na alta qualidade das matérias-primas, além do design e modelagem com muitas alternativas para amarrar. Isso permite um ajuste melhor das peças.
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– A gente procura deixar o mais enrolável possível, com mil jeitos de amarrar nas costas, no pescoço, calcinhas sem aqueles elásticos que ressaltam gordurinhas. Como vendemos principalmente pela internet, nossa ideia, para evitar muita troca, foi investir em modelos mais fáceis de adaptar para cada tipo de corpo – explica.
Apesar das vendas serem principalmente por e-commerce, a VL abriu loja física própria em Chapecó para o mercado regional. Para o futuro, a empresária pensa em mais diversificação. Em sintonia com a linha praia, vai lançar um filtro solar que não macha roupa e um autobronzeador. Esses itens estão sendo desenvolvidos em parceria com empresa de São Paulo que atua nessa área.
Com atenção aos detalhes, a VL mostra que, mesmo longe do mar e de clusters de confecções, é possível criar moda praia de alta qualidade no Brasil para o mundo.
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