O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio da Agência Espacial Brasileira, publicou portaria que cria o Programa Constelação Catarina e o Consórcio Catarina. O programa prevê o lançamento de um conjunto de nanossatélites para atender demandas de Santa Catarina e outros estados interessados, nas áreas de prevenção a eventos climáticos e agricultura de precisão, chamada também de agricultura 4.0. O tema estava em elaboração desde o ano passado.
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SC aposta em ‘nanossatélites’ para ajudar a prevenir prejuízos causados pelo clima
A publicação da portaria foi anunciada em live na noite desta segunda-feira pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Henrique Teixeira de Moura e o deputado Federal Daniel Freitas (PSL-SC), que representa a bancada catarinense na Frente Parlamentar Mista do Programa Espacial Brasileiro. O projeto terá verba inicial de R$ 5 milhões disponibilizada pela bancada catarinense.
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– Isso é inovador. Não é o governo federal que está fazendo. Nós fomos ao governo estadual, junto com o deputado Daniel Fretas e toda a bancada catarinense. Identificou-se um problema, estudamos a melhor solução técnica e com todo aquele ecossistema catarinense, que é inovador, chegou-se à conclusão de que uma constelação de nanossatélites vai ajudar em muito demandas específicas daquela região – disse Carlos Moura.
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Segundo ele, a portaria define como o programa vai funcionar, incluindo a adesão de outros estados no consórcio. O objetivo, conforme a portaria, é fortalecer as cooperações existentes e estabelecer novas e efetivas formas de colaboração no Brasil, no contexto das atividades espaciais, de maneira a contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do país.
Daniel Freitas explicou que o programa nasce em Santa Catarina, com o nome Catarina, numa homenagem especial ao Estado que conta com muitas belezas naturais mas, com certa frequência sofre eventos climáticos que trazem muitos prejuízos. Freitas disse que essa foi a motivação que levou SC a procurar o Ministério da Ciência e Tecnologia para desenvolver esse programa.
O governo catarinense, por meio da Defesa Civil, tem investido em diversos satélites geoestacionários para monitoramento do clima com o objetivo de prevenir desastres, mas os resultados têm sido insatisfatórios. A última falha foi em 17 de dezembro de 2020, quando uma forte chuva causou a morte de 18 pessoas em Presidente Getúlio, no Vale do Itajaí. Em 30 de junho do ano passado um ciclone bomba também causou mortes e prejuízos milionários no Estado.

O Brasil conta com desenvolvimento de nanossatélites pelo Instituto de Inovação em Sistemas Embarcados do Senai em Florianópolis, numa parceria com a empresa Visiona, joint-venture entre a Telebras e a Embraer. Os satélites pesam até 10 quilos e podem prestar diversos serviços nas áreas de clima, proteção ambiental, agricultura, pecuária e segurança.
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