Chamou a atenção do Brasil a informação divulgada pela presidente da Caixa, Rita Serrano, de que a inadimplência do programa de microcrédito oferecido pela instituição em 2022 tem inadimplência superior a 80%. Mas o microcrédito produtivo e orientado, aquele em que os bancos de fomento ao setor, as Oscips, analisam a operação e oferecem consultoria, a inadimplência no primeiro trimestre deste ano foi de apenas 3,96% frente a 2,5% em tempos de economia estável.

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A informação é da presidente da Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (ABCRED), Isabel Baggio. Ela também preside o Banco da Família, de Lages, Santa Catarina, que atua na Região Sul. Segundo ela, essa inadimplência na Caixa ficou alta porque foram operações de empréstimos sem analisar a capacidade de pagamento das pessoas. Também impacta o fato de o país estar com dificuldades desde a pandemia, com inflação alta e juros altos.

– O nosso crédito é assistido, o agente de crédito visita a casa da pessoa, analisa se ela tem capacidade de pagamento, se tem trabalho, uma garantia, um aval. Tivemos aumento da inadimplência, mas muito menor do que esse registrado pela Caixa – explica Isabel Baggio.

Enquanto o microcrédito das pequenas instituições é concedido, principalmente, para investir em equipamentos para pequenos negócios formais ou informais, o outro da Caixa, foi mais livre, não teve controle apesar de ser também apresentado como recurso para investimento.  O rombo, da ordem de R$ 2,4 bilhões, será pago com recursos do fundo garantidor do trabalhador, o FGTS.

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Na semana passada foi empossada no Senado a Frente Parlamentar de Apoio ao Microcrédito e Microfinanças, proposta e presidida pelo senador catarinense e ex-governador Esperidião Amin (PP). Um dos objetivos é conseguir mais recursos para emprestar aos pequenos negócios em todo o país. O

Outra prioridade, segundo Isabel Baggio, é aprimorar a legislação para o segmento. De acordo com a empresária, o plano da ABCRED é mostrar mais para o Brasil os benefícios do microcrédito produtivo e ampliar a oferta desse crédito aos pequenos negócios.

Para isso, ela conta com a colaboração do vice-presidente da ABCRED, Luiz Carlos Floriani, também catarinense e, a exemplo dela, um profundo conhecedor desse segmento de crédito. Floriani é diretor superintendente do Banco do Empreendedor, de Florianópolis e região, e da Casa do Empreendedor, da região de Joinville.  

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