Embora muitos tenham apostado que a vida após a pandemia voltaria a ser como antes, pesquisas indicam que os choques causados pela Covid-19 mudaram a forma de pensar da maioria dos consumidores. Mais de 80% indicaram que preferem empresas com valores. Por isso o tema da 56ª Convenção Nacional do Comércio Lojista, que começou quinta e vai até domingo, em Campos do Jordão, São Paulo, é “Propósito, a mudança cultural do varejo”.

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Entre as comitivas de empresários de SC no evento, uma das maiores é a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis, liderada pelo presidente Marcos Brinhosa. Para ele, a convenção é uma oportunidade para debater as tendências do setor. Reconhece que o consumo mudou e é preciso acompanhar as tendências para oferecer as melhores experiências aos clientes.

Para falar sexta-feira diretamente sobre o tema “Propósito no varejo”, a CNDL convidou especialistas como Fátima Merlin, que há duas décadas produz e estuda pesquisas sobre consumo, e Samuel Normando, economista e diretor criativo da Publicis Brasil, que tem se dedicado aos temas ESG, a sigla inglesa para o desenvolvimento social, preservação ambiental e gestão ética.

– Mais do que ser um valor importante, pensando no futuro e na sustentabilidade da empresa, o propósito se tornou um aspecto essencial porque o shopper passou a demandar. Um estudo recente mostra que 88% dos consumidores escolhem marcas que tenham propósitos claros e alinhados com seus valores – afirmou Fátima Merlin.

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Segundo a especialista, pesquisas revelaram também que 80% dos consumidores do mundo percebem que têm mais conexões com suas comunidade e 90% esperam que conexões recém-descobertas com a comunidade permaneçam sólidas, mesmo com o fim da pandemia. Esses dados, na avaliação da especialista, mostram que as empresas precisam se importar o desenvolvimento das suas comunidades e não apenas buscar o lucro.

Samuel Normando também recorreu a números para alertar os lojistas do país sobre a relevância do propósito nas empresas varejistas. Citou pesquisa segundo a qual 70% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços alinhados com seus valores e percepções de vida.

-Propósito é pensar no outro, é pensar no legado da marca. É abraçar a causa e entender que faz parte das transformações – afirmou Samuel Normando.

A programação da 56ª Convenção Nacional dos Lojistas conta, também, com palestras sobre tecnologia e inovação e como aplicar isso nos negócios de vendas aos consumidores. Como a CNDL optou pelo formato híbrido, muitos empresários e executivos estão podendo acompanhar as palestras pela internet.

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