Diante dos juros altos e dificuldades de mercado, menos empreendedores de Santa Catarina pedem dinheiro emprestado para tocar o negócio. A pesquisa Pulso, realizada pelo Sebrae Nacional em parceria com o IBGE, apurou que entre os meses de abril e maio, apenas 22% dos empresários do setor recorreram a financiamentos. Em janeiro deste ano, 29% buscaram empréstimos para suas empresas.
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– A taxa Selic em 13,75% é nociva aos pequenos negócios, que são os principais geradores de novos empregos no Brasil. Sem políticas públicas de incentivo a crédito, os empreendedores catarinenses se sentem inseguros na hora de procurar um empréstimo, pois a política atual do Banco Central prejudica o segmento e cria obstáculos para investimentos e crescimento – avaliou Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional.
Mas, segundo ele, a pesquisa Pulso mostrou também que o empreendedor catarinense tem credibilidade acima da média nacional junto a instituições financeiras. Em SC a recusa de bancos para emprestar a pequenos negócios ficou em 39% nessa última pesquisa, enquanto a média de recusa no Brasil chegou a 47%, oito pontos a mais.
– O empreendedor catarinense tem um perfil de bom pagador, além das instituições financeiras saberem dos potenciais que o estado oferece. O que tem afastado esses empreendedores dos bancos é a prática da maior taxa de juros do planeta – afirmou Décio Lima, observando também que os pequenos negócios pagam taxas maiores que os grandes no Brasil.
Ainda segundo a pesquisa, de cada 10 empresários do segmento de pequenas empresas no Estado dois têm dívidas atrasadas, 39% têm dívidas, mas conseguem pagar nos prazos e 42% não estão endividados. Entre as empresas endividadas, 50% estão tendo que usar mais de 30% da receita de vendas para pagar financiamentos.
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