Para evitar apagões como o que acontece no Meio-Oeste de Santa Catarina há uma semana que deixou Caçador e região sem luz por quase 100 horas, são necessárias novas linhas de transmissão de energia. Essa foi a conclusão de reunião do govenador Carlos Moisés e do presidente da Celesc Cleicio Poleto Martins com lideranças políticas e empresariais do Estado na tarde desta segunda-feira. O governo prometeu solicitar aceleração na linha já licitada para a Jaac Materiais e Serviços de Engenharia entre Herval do Oeste e Videira e foi cobrado a fazer projeto de nova linha entre o Planalto Norte e Caçador para garantir novo acesso energético.
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Segundo o deputado Valdir Cobalchini (MDB), que participou da reunião, a linha já licitada para a Jaac é importante, mas reforça o sistema atual, o que significa que Caçador continuará sendo fim de linha sem um anel energético para ter fornecimento caso a região enfrente um novo evento no atual sistema. Por isso, segundo ele, a região cobra estudos para uma nova linha da Celesc vinda do Planalto Norte para ter uma segunda fonte de energia, que a empresa terá que viabilizar projeto junto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
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O governador Carlos Moisés afirmou que a região precisa de uma redundância no fornecimento energético. Segundo ele, estão sendo feitos estudos para atendimento à região desde 2015 e em 2019 a Aneel fez um leilão para essa nova linha de R$ 135,8 milhões da empresa Jaac que tem prazo de conclusão em 2023, seja antecipada. Ele disse que a reunião que fez com o Fórum Parlamentar Catarinense de manhã e com lideranças hoje à tarde foi com o objetivo de levar uma proposta para a Aneel visando a antecipação da obra.
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O presidente da Celesc disse que duas semanas antes do tornado do dia 28 de maio, engenheiros da companhia estavam justamente estudando a instalação de uma nova linha de 138 mil volts para ter uma redundância entre Caçador, Fraiburgo e Videira. Segundo ele, a Celesc investiu R$ 1,7 bilhão nos últimos dois anos e meio e o Meio-Oeste recebeu R$ 133,3 milhões desse total numa série de projetos.
Questionado se outras cidades catarinenses correm o mesmo risco de Caçador de ficar sem energia por ter apenas uma linha de transmissão, a exemplo do que ocorreu também em Florianópolis no apagão de 2003, o presidente da Celesc citou novamente a Capital. Disse que além da linha de transmissão instalada no Sul da Ilha pela Eletrosul, a companhia está investindo em nova conexão em Ratones, que vai ser conectada a uma outra subestação de outra transmissora que tem cabo submarino, para dar mais segurança ao sistema de energia na Ilha de SC.
Entre os projetos já implantados ou em andamento no Meio-Oeste estão nova linha de distribuição Videira-Fraiburgo, que recebeu investimento de R$ 22,5 milhões e foi concluída no início deste ano, estão em andamento a ampliação da subestação Capinzal, por R$ 2,5 milhões e investimentos de R$ 9,7 milhões em novos alimentadores. Os projetos na região incluíram dos projetos de novas redes de energia por R$ 37 milhões e R$ 13 milhões respectivamente, R$ 4,9 milhões no Celesc Rural e R$ 1 milhão na aquisição do terreno para a subestação de Treze Tílias.
Entre as lideranças presentes na reunião desta tarde, na Celesc, estavam o presidente da Federação das Indústrias (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, o primeiro vice-presidente da federação, Gilberto Seleme, que é de Caçador, o presidente da Associação Empresarial de Caçador (Acic), Jovelci Gomes, os deputados estaduais Marcos Vieira, Nilso Berlanda e Romildo Titon, além de prefeitos, empresários e lideranças de outras instituições da região.
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